Em 2014, o candidato José Melo (Pros) venceu a eleição ao Governo do Amazonas usando uma forte dose de apelo ao emocional, com foco nas suas raízes caboclas dos beiradões amazônicos. A imagem que ficou no inconsciente de muitos eleitores era de um homem simples, humilde, que tinha muito orgulho de se apresentar apegado às coisas da terra, “filho de seringueiro com rezadeira”.
Melo, na verdade, não inaugurava essa figura nas campanhas eleitorais, mas amplificava essas características em contraposição ao seu adversário na ocasião, o senador Eduardo Braga (MDB), que exibia um comportamento arrogante, truculento comentários da época.
Um vídeo gravado pelos marqueteiros com Melo à bordo de um barco regional, singrando rio, com as tradicionais redes de dormir ao fundo, e contando como foi sua vida no interior, até chegar a Manaus, ficou particularmente marcada no imaginário do eleitor.
José Melo na campanha a governador de 2014
Naquela eleição, Braga já percebia a tática do adversário. E tentou amenizar sua imagem perante o eleitor mostrando que, como amazônida, nascido no Pará, também conhece das coisas da região. Não deu certo.
Estratégia na eleição tampão Em 2017
Pré-candidato a garantir sua permanência no Senado, Braga dá mostras nas prévias da campanha eleitoral que virá disposto a suavizar a opinião pública sobre sua pessoa.
Na sua página no Facebook, por exemplo, já posta imagens visitando feirantes e tomando caldo de peixe em casa humilde de morador de Manaus. “Almoçando uma caldeirada de tambaqui na casa da Dona Paula, aqui no Morro da Liberdade”, publicou no último dia 21.
Um dos comentário de internautas no post: “Começou a campanha! Abraça o pobre, Beija o pobre, Pega o pobre no colo, Almoça na casa do pobre, Brinca com o menino catarrento, Tira foto na casa do pobre, Visita o pobre, Promete as coisas p pobre, Ganha a eleição, Toma um doril, o político sumiu. ? ? ? ? ?”.
Fotos: Reprodução/Facebook
