Em entrevista ao “Manhã de Notícias”, de Ronaldo Tiradentes, na manhã de hoje, dia 21, o senador Omar Aziz (PSD), pré-candidato ao Governo do Amazonas, reafirmou que está distante do governador Amazonino Mendes (PDT) desde a eleição tampão de 2017.
Disse Omar que a relação é cordial e de respeito, mas que depois de uns três encontros após a eleição nunca mais falou com o governador. “Com Amazonino nunca tratei sobre política desde a eleição. Estive com ele umas três vezes. Nem por telefone tenho tratado com Amazonino”.
Omar foi o principal avalista político da campanha de Amazonino, mas logo depois da vitória sobre Eduardo Braga (MDB) os dois seguiram seus rumos , já pensando nas eleições deste ano.
Para Omar, não há rompimento. Estar em lados opostos foi o curso natural das coisas na política. “Não temos conversado. Apoiamos, ele se elegeu, tem autonomia para governar. O governo é dele. Não indiquei ninguém, não tenho participação. Se errar é ele, se acertar é ele”.
Acordo só com grupo
O senador afirmou em outra oportunidade que não fez nenhum acordo para que Amazonino não se candidatasse à reeleição. Esse é um assunto recorrente na imprensa para explicar a separação dos dois caciques.
“Não, nunca houve [acordo para Amazonino não ser candidato em 2018]. Até porque ninguém assume esse tipo de compromisso e ninguém também tem coragem de pedir para que alguém assuma esse tipo de compromisso. Nunca houve esse tipo de acordo. O Amazonino nunca teve acordo nenhum comigo”, disse ao BNC Amazonas na semana passada.
Segundo o senador, ele tem conversado muito sobre as eleições deste ano, mas com o grupo que está consolidando para disputar o governo. Nele estão o prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), que possivelmente fará a indicação do candidato a vice na chapa com Omar, e os deputados federais Alfredo Nascimento (PR), Pauderney Avelino (DEM) e Silas Câmara (PRB), todos líderes de suas legendas e que devem estar com o senador no mesmo palanque.
Outros temas
Na entrevista, Omar tratou ainda da importância da concessão pelo governo federal da personalidade jurídica como organização social ao Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), criado há mais de 15 anos, e que nunca funcionou.
Essa foi uma luta encampada por Omar e pela bancada federal do Amazonas em Brasília, coroada com sucesso com a vinculação do CBA aos ministérios da Indústria e Comércio e do Planejamento.
“Sem essa personalidade jurídica, o CBA era impedido de receber recursos, inclusive do P&D [pesquisa e desenvolvimento, uma obrigatoriedade das empresas do polo industrial da Zona Franca de Manaus que não vem sendo cumprida]. São 600 milhões de reais ao ano que ninguém sabe o que é feito desse dinheiro”, afirmou Omar.
O senador disse esperar que instituições como as universidades, o Inpa e a Embrapa se habilitem no edital para se tornarem gerenciadores do CBA.
Sobre o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), também aprovado na semana passada no Congresso, Omar disse que foi um passo importante para o setor porque garante um investimento mínimo, a exemplo do que já acontece na educação (Fundeb) e na saúde (SUS).
Foto: BNC Amazonas