Reunido na manhã deste sábado, em Manaus, o diretório estadual do PT decidiu ficar fora do segundo turno desta eleição para governador tampão do Amazonas.
O partido não vai apoiar nem Amazonino Mendes (PDT) nem Eduardo Braga (PMDB) e também não liberou os seus filiados para se envolverem na campanha.
A posição de neutralidade da sigla leva em conta o desempenho do deputado José Ricardo, candidato do partido, que no primeiro turno ficou em quarto lugar na votação geral e em segundo lugar na capital, deixando para trás a candidata do governo, Rebecca Garcia (PP), e o senador e ex-governador Eduardo Braga.
Foi a melhor performance de um candidato petista em toda sua história de disputa majoritária para o poder Executivo no Amazonas.
A ideia do PT é manter, para 2018, a coerência do discurso de seu potencial candidato a governador, que sempre fez críticas tanto a Amazonino quanto a Braga, e deixá-lo competitivo para a próxima disputa eleitoral.
O PT Amazonas estava sendo assediado pelas duas candidaturas.
Os aliados de Amazonino tentavam levar José Ricardo para a campanha pedetista pela movimentação nacional de aproximação entre PT e PDT.
Braga, por sua vez, teve como principal articuladora dessa ponte a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), que esteve na segunda-feira com o ex-presidente Lula, em São Paulo, advogando em defesa da campanha peemedebista.
Dirigentes petistas regionais rechaçavam a hipótese de aliança com Amazonino, mas a maior rejeição era contra uma possível aliança com Braga, tanto que os ex-presidentes do PT Amazonas e Manaus, respectivamente Waldemir Santana e Thiago Medeiros, foram praticamente expulsos da reunião da executiva do partido realizada na segunda-feira passada.
Os dois fizeram campanha para Braga no primeiro turno e estavam na reunião com o objetivo de defender o apoio do PT ao PMDB.
Novo Zé
O próprio ex-candidato José Ricardo já observa esse potencial de votos para 2018 e age com cautela no PT. Mostra disso é o seu posicionamento na eleição e, em especial, neste segundo turno.
Integrante de uma corrente interna petista considerada radical, nesta eleição, agora, José Ricardo tem tido posição moderada.
Geralmente Zé Ricardo costumava se manifestar sem consultar o partido. Desta vez esperou por uma decisão colegiada.
A resolução petista
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