A declaração que o prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), fez no fim da manhã desta segunda-feira, dia 19, cobrando publicamente o governador Amazonino Mendes (PDT) e dizendo que seu grupo vai ganhar as eleições deste ano, limpa bastante as nuvens que encobriam o céu de incertezas sobre os rumos que as principais lideranças políticas do Amazonas, em poder, tomarão nas eleições vindouras.
De pronto, a fala do tucano põe fim à trégua que ele e Amazonino fizeram na eleição acidental do ano passado e transforma em fato o que o prefeito falava logo após o pleito tampão de 2017.
Em entrevista ao BNC, naquela ocasião, fim de setembro, ainda antes da diplomação do governador, Arthur, que colocou seu time em campo para trabalhar pelo até então ex-adversário histórico, disse que seu apoio a Amazonino tinha prazo de validade : 2017, apenas.
Mais do que transformar o verbo em carne, o discurso em prática, o prefeito foi além: deixou claro que entrará de cabeça nesta campanha e que, desde já, para ele, o governador é seu adversário.
O prefeito expôs isso quando disse que ele e seu grupo vão ganhar as eleições .
Para os políticos que esperavam um gesto de seus líderes, o discurso do tucano pode ser o suficiente para mostrar que as duas maiores máquinas públicas do estado, a Prefeitura de Manaus e o Governo do Amazonas, estarão em campos opostos.
Por isso, pode-se dizer que a declaração do prefeito deste dia 19 foi um dos fatos mais importantes da pré-campanha política de 2018.
Basta olhar para as duas últimas eleições e ver o que aconteceu: em 2016, no limite final das convenções, a coligação de Arthur com Eduardo Braga (MDB), e, em 2017, a própria aliança dele com Amazonino, tudo muito perto da campanha.
Desta vez, não. O calendário do pleito ainda registra que é tempo de troca de partido. E Arthur já mexeu nos eixos das coligações que se formarão no começo de agosto.
Com isso, para quem ainda estava em dúvida sobre os rumos que tomarão, a decisão já não depende do traçado, porque o vento soprou forte e bem antes do previsto mostrou um pouco do azul no horizonte eleitoral.
O efeito da limpeza do céu em breve será visto no troca-troca de partidos, que se encerra no dia 7 de abril.
Foto: BNC