O prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), cobrou nesta quinta-feira, dia 24, que o presidente da República, Michel Temer (MDB), faça uma intervenção com uso de força militar para pôr fim à paralisação dos caminhoneiros e aos prejuízos que causa ao país.
Por falta de combustível, inclusive para o transporte coletivo, a Prefeitura de Manaus decretou ponto facultativo nesta sexta-feira.
Arthur disse que a greve dos caminhoneiros “atende a terceiros que buscam tumultuar o país, visando apenas seus interesses econômicos e políticos”.
Para o prefeito, a intervenção é necessária para que as cidades mais afastadas dos grandes centros e sem saídas rodoviárias não sofram mais que as outras, sendo isoladas totalmente. Arthur cobra que o governo federal interrompa essa situação para que a economia, que está voltando a reagir, não sofra graves reflexos.
Confira a exigência de Arthur ao presidente da República:
“O Brasil está caminhando rapidamente rumo ao caos, é hora dos poderes constituídos mostrarem a sua cara, é hora, sobretudo, de o presidente da República, o doutor Michel Temer, tomar as atitudes que precisam ser tomadas para coibir esse abuso. Isso não é greve democrática, isso não é direito de ninguém, isso é banditismo, é locaute, é procurar estabelecer o caos para obter dividendos peculiares ou políticos.
Aconteceu isso no Chile quando cuidavam de tentar depor, e depuseram o presidente, Salvador Allende, então o presidente Temer tem que intervir manu militari.
Não há direito para quem faz um locaute prejudicando um país inteiro, prejudicando doentes, isolando uma cidade como Manaus, que deverá ficar sem aviação aérea daqui a pouco. Os postos de gasolinas majorando seus preços, nós isolados, porque não temos saídas por estrada, e fora as agruras de que passam os demais Estados, nós não podemos tolerar isso.
Portanto a exigência que se faz, da cidade de Manaus, por meio de seu prefeito, é que o presidente da República intervenha manu militari e reponha a ordem no país. O quadro está ficando caótico e esse caos possui interesses mesquinhos. Esse caos não interessa à nação, é hora de intervenção.
Presidente, mostre a sua cara! Congresso, Senado, Câmara, mostrem as suas caras! Sobretudo, presidente, intervenha com força militar e acabe com essa baderna, com essa insegurança, com a especulação de preço, tudo que, inclusive, refletirá mais horas, menos horas, na inflação que tem sido tão bem contida pelo seu governo”.
Vaza críticas de ministros do Supremo aos caminhoneiros
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Celso de Mello fizeram críticas à paralisação nacional dos caminhoneiros durante a sessão da tarde desta quinta, dia 24.
Eles não perceberam que o microfone estava ligado enquanto conversavam. O vazamento do diálogo ocorreu durante uma votação na qual a corte decidiu sobre a recondução da ministra Rosa Weber para o cargo de ministra efetiva do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Enquanto os demais ministros votaram sobre a questão, Mendes iniciou a conversa com Celso, mas não percebeu que o microfone estava ligado.
“Que crise, hein! Guiomar [mulher de Gilmar] está na rua agora, está impossível”, disse. Em seguida. Celso respondeu:” Um absurdo, faz-nos reféns. Tudo bem que eles até possam ter razão aqui, mas isto é um absurdo. Minha filha está vindo de São Paulo…”. A partir desse trecho, a conversa continuou, mas o áudio foi cortado na transmissão ao vivo.
Bloqueio já prejudica
Os caminhoneiros protestam há quatro dias contra os seguidos aumentos do preço do diesel. O movimento tem feito bloqueios em estradas, o que já impacta no abastecimento de combustível e alimentos em algumas regiões do país. As principais reivindicações da categoria são: redução de impostos sobre o preço do óleo diesel, como PIS/Cofins e ICMS, e o fim da cobrança de pedágios dos caminhões que trafegam vazios nas rodovias federais concedidas à iniciativa privada.
Fonte: Agência Brasil
Foto: Divulgação/Semcom