A empresa que explora a concessão pública de fornecimento de água em Manaus anunciou nesta quinta-feira (26) que aumentou a tarifa de água e esgoto em 24,52%. Esse reajuste tem efeito retroativo e vale desde o último dia 22.
Em nota, porém, a Águas de Manaus diz que o aumento no bolso do consumidor deve ser visto apenas como “atualização monetária”.
Conforme a empresa, o peso que recairá sobre o morador de Manaus “não representa ganhos para a concessionária, apenas objetiva preservar seu valor no tempo e manter o equilíbrio econômico-financeiro do contrato”.
Além disso, a empresa alega que o aumento das tarifas se justifica porque atendeu “a todos” os compromissos previstos em contrato.
“A Águas de Manaus tem cumprido integralmente todas as metas definidas no contrato de concessão”, disse a empresa.
Contudo, não é o que afirma a Prefeitura de Manaus. Como resultado, recentemente, o prefeito David Almeida (Avante) anunciou estudos para encerrar esse contrato de concessão.
Um dos motivos para isso, segundo a prefeitura, é que o serviço de esgoto na capital é de apenas 22%. De 187 bairros, a Águas de Manaus cobre só 15.
Confrontando a informação do poder público, a empresa privada afirma que o serviço chega a 26%, e chegará a 45% em 2025.
“Nos próximos cinco anos serão investidos cerca de R$ 1 bilhão para avançar em saneamento na capital”, diz trecho da nota.
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Números em confronto
Mais discrepância há entre as informações da prefeitura e da empresa na tarifa social.
“Outro ponto que tem causado insatisfação à Prefeitura de Manaus é quanto ao número de famílias cadastradas na tarifa social pela concessionária”, afirmou o prefeito.
De acordo com a prefeitura, hoje deveriam ser atendidas cerca de 100 mil famílias pelo benefício. Mas, são apenas 65,6 mil famílias.
A empresa, de outro lado, alega que são 70 mil e que o alcance do benefício da tarifa aumentou 220%.
Foto: Ruan Souza/Semcom