Fiesp adiará divulgação do manifesto pela harmonia dos poderes

Uma carta de hoje aos três poderes, assinada por entidades de classe, aponta "grande preocupação" com a "escalada de tensões e hostilidades entre as autoridades públicas"

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Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 30/08/2021 às 18:38 | Atualizado em: 30/08/2021 às 18:39

A Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) anunciou, nesta segunda-feira (30), que adiará a divulgação do manifesto pela pacificação dos três poderes da República. O manifesto é também pela defesa da democracia e que desagradou o governo.

Como consequência, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal ameaçam se retirar da Federação Nacional de Bancos (Febraban), a protagonista do movimento.

Uma carta acessada hoje (30) aos três poderes assinada por entidades de classe aponta “grande preocupação” com a “escalada de tensões e hostilidades entre as autoridades públicas” e pede “serenidade, diálogo, pacificação política, estabilidade institucional e, sobretudo, foco em ações e medidas urgentes e necessárias para que o Brasil supere a pandemia, volte a crescer e a gerar empregos”. 

O trecho está na versão mais recente da carta, obtida pelo blog da jornalista Julia Duailibi, do G1. A divulgação foi suspensa pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf (foto).

Apoio ao manifesto 

A previsão inicial era que o texto fosse publicado nesta terça-feira (31) e contasse com a assinatura de cerca de 200 entidades de classe – entre elas a Associação Brasileira de Agronegócio (Abag), o Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), a Fecomercio e a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). 

A carta surgiu de uma ideia inicial da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), encampada depois por Skaf. 

“Mais do que nunca, o momento exige do Legislativo, do Executivo e do Judiciário aproximação e cooperação. Que cada um atue com responsabilidade nos limites de sua competência, obedecidos os preceitos estabelecidos em nossa Carta Magna. Este é o anseio da Nação brasileira”, diz outro trecho da carta.

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No domingo (29), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chegou a conversar com Skaf.

Lira defendeu esperar que a divulgação ocorresse apenas depois de 7 de setembro. 

A Fiesp diz que a suspensão não teve a ver com o pedido de Lira. Segundo a entidade, houve muito interesse pelo manifesto e que resolveu, então, esperar novas adesões. 

Skaf tentou contato com Bolsonaro, que, de acordo com um ministro palaciano, está muito insatisfeito com o dirigente da Fiesp. 

Nesta segunda-feira, sete entidades do setor agroindustrial divulgaram uma carta na qual fazem um “chamamento a que nossas lideranças se mostrem à altura do Brasil”.

Assinam a carta a Abag, a Abrapalma, a Abiove, a Abisolo, a Croplife Brasil, o Ibá e o Sindiveg.

As entidades também assinam o manifesto da Fiesp. Como a divulgação foi suspensa por decisão de Paulo Skaf, se manifestaram à parte.

Com informações do blog de Julia Duailibi

Foto: Diário de Olímpia/divulgação