O vice-presidente da Câmara dos Deputados , Marcelo Ramos (PL-AM), disse que tanto o Banco do Brasil (BB) quanto a Caixa Econômica deveriam ter interesse na estabilidade das instituições democráticas e na independência e harmonia entre os poderes.
Contra o uso político das instituições, o deputado amazonense criticou a ameaça do governo de Jair Bolsonaro de retirar o Banco do Brasil e a Caixa Econômica da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
A Febraban e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) articulam um manifesto em defesa da democracia e da harmonia entre os poderes. O documento deve ser divulgado na próxima semana.
Já os representantes do agronegócio publicaram nota em defesa da democracia nesta segunda-feira (31).
Mesmo sob ameaça, a Febraban já avisou que não vai retirar o nome da entidade do manifesto contra a crise institucional e na defesa do diálogo.
Diante dessa reação, o governo de Jair Bolsonaro articula para que empresários e bancos divulguem o documento após o ato do dia 7 de setembro, que entre outras hostilidades, pede o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Instabilidade política
“Os bancos públicos não são bancos do presidente, são bancos do Estado brasileiro”, criticou Marcelo Ramos, para quem o país atravessa uma instabilidade política.
Na avaliação dele, a manifestação do agronegócio reflete bem esse momento político do país.
“É sintomática o temor de uma ruptura da ordem democrática. Uma ruptura teria como efeito imediato embargos e bloqueios comerciais e o agro seria o primeiro a sofrer as consequências. É a crise descendo da consciência pro bolso”, escreveu no Twitter.
Na mesma linha de Ramos, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) vê na a atitude do setor produtivo preocupação com o ambiente político e o isolamento de Bolsonaro.
“Até o Agro! Fiesp e Febraban hesitam, mas entidades do agronegócio divulgam manifesto pela democracia”, destacou.
“Até setores patronais, apesar do interesse em pautas antipovo do governo, percebem que é caro o preço de um golpe fadado ao fracasso. O delinquente está se isolando ainda mais!”, postou o deputado no Twitter.
Foto: Najara Araújo/Câmara dos Deputados