Manaus tem 380 mil, de 12 a 59 anos, sem sequer uma dose contra covid
Além disso, Jesem Orellana diz que são aproximadamente 1,2 milhão de pessoas que estão sem a segunda dose

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 14/09/2021 às 16:59 | Atualizado em: 16/09/2021 às 12:16
O pesquisador Jesem Orellana, da Fiocruz/Amazônia, defendeu como prioridade a imunização daqueles que não receberam sequer uma dose de vacina contra Covid-19. Conforme Orellana a medida é mais importante do que a vacinação dos idosos com terceira dose de reforço na capital.
De acordo com o Ministério da Saúde, estão nessa situação 380 mil manauaras de 12 a 59 anos.
“Não há evidências científicas demonstrando que a dose de reforço reduza internações hospitalares ou a mortalidade em idosos, ao menos ensaios clínicos randomizados”, explicou o cientista.
Por outro lado, ele diz que aproximadamente 1,2 milhão de pessoas estão sem a segunda dose, entre os quais muitos atrasados.
“É extremamente preocupante notar que em torno de 3 de cada 10 (30%) manauaras com 12-29 anos ou ainda 1 de cada 4 (25%) com 30-39 anos não tenha tomado a primeira dose”, completou.
O pesquisador diz que nessas últimas faixas estão os que abandonaram o uso de máscaras e se aglomeram cada vez mais em festas, restaurantes, bares e em ônibus.

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Segunda dose
“Outro dado que chama atenção é o percentual de 40,1% de indivíduos entre 50-59 anos sem a segunda dose, já que a primeira dose foi ofertada há mais de 12 semanas para indivíduos com 50-53 anos em Manaus, além de a segunda dose ter sido adiantada para muitos”, explicou.

Portanto, Orellana defende a vacinação naqueles totalmente desprotegidos ou o reforço da segunda dose nos que estão com o esquema incompleto.
Os estudos indicam que na capital ainda são baixas as coberturas vacinais em adolescentes e adultos jovens.
São justamente os que fazem o vírus circular nos mais diferentes ambientes (transporte público, locais de trabalho, festas, escolas e igrejas).
“Impressiona como o Brasil, em especial Manaus, a capital mundial da covid-19, cria oportunidades ameaçadoras e letais para novas mutações do sars-cov-2”, criticou.
Foto: Marcely Gomes / Semcom