O vice-presidente da CPI da covid, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse nesta terça-feira (28) que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, está a um passo de ser indiciado pela comissão.
Segundo Randolfe, o ministro precisa garantir a vacinação de adolescentes, medida que chegou a ser suspensa pelo Ministério da Saúde, mas vem sendo aplicada pelos estados.
O senador disse ainda que o ministro precisa apresentar o cronograma de vacinação de 2022.
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Alguns senadores defendem uma nova convocação de Queiroga, que já falou duas vezes na CPI, mas como ele está com covid-19, é preciso respeitar um período de quarentena.
Em razão disso, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), se posicionou na semana passada contra ouvi-lo mais uma vez.
“O ministro Queiroga está a um passo de ser indiciado na investigação. Ele tem a chance… Eu , se fosse ele, estaria mais interessado em vir à CPI do que nós. É a chance de ele não ser indiciado. Para ele não ser indiciado, eu pediria o cumprimento de duas condições. Primeiro: que crianças e adolescentes serão vacinados. Segundo: nos apresentasse a programação da vacinação no ano que vem, quantas vacinas estão adquiridas, quando começará, qual a programação da terceira dose. Estou pedindo o mínimo do ministro da Saúde no meu país. E, sem responder essas perguntas satisfatoriamente, ele será indiciado”, disse Randolfe.
Vacinação em adolescentes
O ministro Marcelo Queiroga disse nesta quinta-feira (16) que a decisão de restringir a vacinação de adolescentes contra Covid-19 foi as pressas.
De acordo com ele, apenas os grupos prioritários tem relação com a falta de evidências científicas consolidadas sobre o benefício da imunização para este grupo.
“O Ministério da Saúde pode rever a posição desde que haja evidência científica sólida. Por enquanto, por questão de cautela, temos eventos adversos a serem investigados, temos adolescentes que tomaram vacinas que não estavam recomendadas, temos que acompanhar”, disse o ministro.
Queiroga citou que mais de 3,5 milhões de adolescentes já foram vacinados no Brasil de forma “intempestiva”, ou seja, sem a autorização do Plano Nacional de Imunizações, que previa a aplicação apenas entre os prioritários desta faixa etária (12 a 17 anos) a partir de 15 de setembro.
Segundo Queiroga, 1,5 mil adolescentes apresentaram eventos adversos, o que representa 0.042% do total.
“Não é um número grande, mas temos que ficar atentos”, disse Queiroga.
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