TSE elogia juíza do AM por instalar urna no lugar mais distante do mundo
Elogio foi feito à juíza Andrea Medeiros pelo presidente da Corte, ministro Luiz Roberto Barroso

Neuton Corrêa, do BNC AMAZONAS
Publicado em: 01/10/2021 às 08:40 | Atualizado em: 01/10/2021 às 08:49
A juíza amazonense Andrea Medeiros ganhou ontem uma saudação de reconhecimento e orgulho por parte do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luiz Barroso.
É que a magistrada, nos dias 21, 22 e 23 de setembro, instalou uma sessão eleitoral no lugar geograficamente mais distante do mundo.
Foi na comunidade Maronal, uma das quatro aldeias da nação Marubo, índios que só começaram a participar do processo eleitoral brasileiro somente em 2014.
Esse lugar fica no Vale Javari, no município de Atalaia do Norte, no alto rio Solimões, onde vive a maior população indígena do mundo.
Para participar das eleições, de rabeta, embarcação bastante utilizada na região, os brasileiros dessas aldeias precisam enfrentar até 12 dias de viagem.
Ao BNC AMAZONAS, Andrea Medeiros contou que viu essa realidade nas eleições do ano passado.
Naquele pleito, ela viajou para Atalaia do Norte para substituir uma colega que estava grávida.
“Foi uma experiência única na minha vida”, disse hoje a juíza, ainda impressionada com a repercussão positiva fato, após a visibilidade dada pelo presidente do TSE.
Mulheres
Um detalhe que chamou a atenção da magistrada foi que ela descobriu que a nova secção eleitoral indígena nasceu com maioria de eleitoras.
Elas irão votar pela primeira vez no ano que vem.
As mulheres nunca votavam porque só os homens da aldeia é que se cadastravam para votar em Atalaia do Norte.
As índias não eram cadastradas por causa do tempo de viagem e, por isso, pela cultura indígena, não podiam se afastar das suas aldeias por muito tempo.
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Foto: Divulgação