Ás vésperas do prazo final, sexta-feira (15), para a inscrição das chapas interessadas em concorrer às eleições da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Amazonas (OAB-AM ) para o triênio 2022-2024, um áudio que circulou nas redes sociais chamou atenção pelo conteúdo misógino e preconceituoso e mostrou uma postura das mais deploráveis em qualquer ser humano.
No áudio, supostamente de autoria do advogado Paulo Mafioletti, ele apresenta a política afirmativa e inédita de raça e gênero da OAB, como obstáculo para formação de chapas para concorrer à presidência da seccional Amazonas da Ordem.
No áudio, disparado em um grupo de advogados no WhatsApp, intitulado ‘Ordem para a advocacia AM’, Paulo Mafioletti, declara aos demais membros que a decisão do Conselho Federal da OAB de reduzir as desigualdades de raça e gênero ao exigir cota para as mulheres e negros é uma forma de “dificultar a homologação de chapas” para concorrer à presidência da seccional Amazonas.
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Em um determinado trecho do áudio, no qual que ele pede para que os colegas preencham uma lista, Mafioletti reforça que os advogados negros são obstáculo para conseguir fechar uma chapa.
“…Cada advogado preenche a sua declaração e seguir aqueles encaminhamentos que tem lá no edital, não é uma coisa tão simples, e precisamos de colegas advogadas mulheres, porque o edital aí que cria dificuldades, é fifty, fifty, 50% de mulher e 50% de homem e dentro disso, ainda tem a parada aí envolvendo que tem que ter 30% de colegas (risos) negros, negras ou autodeclaráveis, então, olha só a dificuldade que criam pra você formar uma chapa….”
No dia 14 de dezembro de 2020, o Conselho Federal da OAB, em reunião histórica, aprovou a paridade de gênero, por aclamação, e a cota de 30% de negros, por maioria para as eleições seguintes.
Com efeito, no pleito de 2021, as chapas que concorrerão as seccionais e às subseções da OAB deverão obrigatoriamente ter 50% de mulheres e ao menos 30% de negros.
Foto: divulgação