Parintins 169 anos, uma cidade sem porto na beira do rio Amazonas

Parintins faz hoje 169 anos, mas há dois aniversários não tem porto decente para receber seus visitantes

Porto de Parintins interditado

Neuton Corrêa, do BNC AMAZONAS

Publicado em: 15/10/2021 às 06:38 | Atualizado em: 15/10/2021 às 11:19

Lugar de um povo que se orgulha de realizar um dos maiores espectáculos artísticos do mundo, Parintins faz hoje, constrangida, 169 anos de fundação.

O que hoje tira o humor da cidade é o fato de estar à beira do maior rio do mundo e não ter um porto.

Sim.

Parintins não tem porto para embarque e desembarque no modal mais usado no interior da Amazônia.

Até que tinha, mas há mais de um ano, ainda na cheia de 2020, o rio levou o muro de arrimo que protegia o terminal hidroviário.

Então, o Denit, órgão do governo federal responsável pelo setor, de pronto fechou a obra, prometendo imediata solução.

Isso, quase um ano e meio depois, não aconteceu.

Ao contrário, piorou.

Pirou, porque o muro de contenção desabou de vez com o início das atividades de colocação de estacas de ferro para sustentá-lo.

A cidade perdeu a esperança de vê-lo pronto novamente.

Frente do terminal hidroviário de Parintins

Improviso

Agora, carga e passageiros são embarcados num porto improvisado, onde o pedágio é caro, segundo se queixam principalmente caminhoneiros e mototaxistas.

O pedágio não é o único problema.

O problema é que, quando faz sol, a poeira sobe; e, quando chove, o porto improvisado vira lama.

Motoristas se queixam dos preços do pedágio, além das condições do local

Ontem, estive em Parintins.

Lá, no meio do início dos festejos dos 169 anos da cidade, perguntei dos vereadores Telo Pinto (PSDB) e Mateus Assayag (PL), este presidente da Câmara, qual o maior problema de Parintins hoje.

De pronto, eles responderam: “o porto é a nossa vergonha”.

Placa

Na frente do porto, há placas informativas da obra, mas a previsão de conclusão é só para 2022.

Placa do Dnit informa que obra ficará concluída em fevereiro, mas serviços estão parados

Pior de tudo é que, talvez, essa previsão seja adiada, porque, depois do bate-estaca e do estrago maior, os serviços pararam.

Os vereadores acham que o porto pode funcionar normalmente.

Eles argumentam que o terminal hidroviário e a balsa são estruturas independentes.

Assim, defendem que o Dnit reveja a interdição do local.

Até porque a estrutura que caiu nem era usada pelos passageiros.

Fotos: BNC AMAZONAS