População de Manaus quer crescimento, mas com floresta preservada

Mais de 85% da população discordam que desmatar seja necessário para o crescimento econômico da capital do Amazonas

Floresta preservada

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 17/10/2021 às 10:40 | Atualizado em: 17/10/2021 às 10:40

Uma pesquisa de opinião realizada em Manaus pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS) aponta que 72,6% da população da capital amazonense acredita que manter a floresta preservada é positivo para a qualidade de vida e para a economia do estado do Amazonas.

Os que discordam que desmatar seja necessário para garantir crescimento econômico, portanto, somam 85,6% das pessoas. E, por conseguinte, 73,5% avaliam que a criação de novas áreas de conservação não atrasam o desenvolvimento.

A pesquisa, encomendada pela organização não governamental Fundação Amazônia Sustentável, foi realizada pela empresa Action Pesquisas de Mercado e financiada pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS).

Foram 1.003 entrevistas domiciliares com pessoas de idades entre 16 anos e 70 anos.

A margem de erro, conforme a Action, é de três pontos percentuais. Os resultados também incluem recortes por classe socioeconômica, gênero, faixa etária, escolaridade e região da cidade.

“O estudo teve como objetivo entender a relação dos moradores da área urbana de Manaus com o meio ambiente e subsidiar proposições de políticas públicas para causas socioambientais”, explicou a FAS.

Leia mais

Fogo queima mata na cabeceira da ponte rio Negro do lado de Iranduba

Posição pelo meio ambiente

De acordo com a organização, os dados revelam um posicionamento da população da capital amazonense favorável à conservação do meio ambiente. Além disso, soam como uma mensagem às lideranças políticas da capital e do estado e representantes das diversas esferas dos governos.

Entre as classes econômicas, a B1 registrou o maior percentual dos que creem na influência da floresta na qualidade de vida: 96,2%.

Em todas as faixas etárias, esse índice superou 70%. Os maiores percentuais, no entanto, foram obtidos junto aos mais velhos: 79,9% entre 50 anos e 59 anos e 79,7% entre os com 60 anos de idade ou mais.

No recorte pela escolaridade, chama atenção que os índices mais elevados se encontram nas duas categorias das extremidades: 84,2% entre os que têm ensino superior e 83,3% entre os analfabetos.

Ao mesmo tempo, creem na influência da floresta na qualidade de vida 73,5% dos que concluíram ensino médio e 71,9% dos têm ensino fundamental.

Leia mais

Teleférico urbano para Manaus terá modal com vista para rio Negro

Áreas verdes da capital

Quando o assunto é a área verde em centros urbanos, 61,1% consideram o impacto muito positivo.

Entre os motivos mais citados, portanto, estão a produção de sombras (40,6%) e de ar puro (19,7%).

Além disso, para 75,2% da população, ter árvores próximas de casa contribui para diminuir a sensação de calor. As temperaturas em Manaus neste momento do verão amazônico são superiores a 32 graus, mas a sensação térmica alcança os 40 graus.

Fonte: Agência Brasil

Foto: Reprodução/TV