O pesquisador da Fiocruz/Amazônia Jesem Orellana diz que as pessoas continuam sendo infectadas pela covid-19 por acreditarem que com a imunização completa estão livres da doença.
“Algumas pessoas, mesmo com duas doses da vacina, seguem sendo infectadas por acreditarem, equivocadamente, que vacina faz milagre”, disse o cientista.
De acordo com Orellana, mortes por covid-19 seguem acontecendo, especialmente em não vacinados ou naqueles com o esquema incompleto.
“Esses números reforçam que vacinas salvam vidas, mas não fazem milagre”.
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A análise do pesquisador foi demonstrada em números nesta semana pelo BNC Amazonas.
Das 26 pessoas que estão internadas em leitos de UTI destinados a tratamento da covid-19 no Amazonas, 19 nunca tomaram vacina contra a doença. Nem uma dose sequer.
Além disso, há também três pacientes que haviam recebido apenas a primeira dose do imunizante.
“Juntos, eles somam quase 85% dos amazonenses que ainda ocupam a alta complexidade para tratamento da covid-19.”
No Twitter, Orellana defendeu uso das máscaras de proteção contra o coronavírus.
“Não acredito que deixemos de usar máscaras ou respiradores por completo, pois trata-se de uma medida que veio para ficar, independentemente da sua obrigatoriedade ou não”,
Ele citou o exemplo da Ásia, onde o uso de máscaras ou respiradores é uma prática cotidiana, anterior à pandemia.
Surto
Orellana também demonstrou preocupação com um surto da doença no alto rio Solimões e a realização na capital de eventos como o Boi Manaus. “Tudo que não precisa”.
Em plena tríplice fronteira, o pesquisador disse que Benjamim Constant saiu de zero casos de coronavírus para 33 registrados nesta quinta-feira (21).
“Sem contar a esperada e grande subnotificação. Ou seja, há muito mais casos ocultos. Para piorar, o surto em uma escola estadual, (turma inteira de crianças/pré-adolescentes), segundo a imprensa local”, informou.
Na capital, a preocupação é com relato sobre professores doentes e morrendo após o retorno das aulas.
Apesar disso, existe a proposta de relaxamento do uso de máscaras e a realização de grandes eventos.
“Rússia em lockdown e Reino Unido recuando, em que pese o grande número de vacinados. A pandemia não acabou!”, alertou.
Foto: divulgação/Semcom