Lula diz que PT não pode tratar evangélico como gado

Em encontro virtual de mais de duas horas, o petista propôs a criação de "um momento evangélico" na TV e na rádio do partido

primeiro turno

Publicado em: 30/11/2021 às 15:53 | Atualizado em: 30/11/2021 às 15:53

O PT “não pode acreditar na história de que os evangélicos e as evangélicas são como se fossem um gado” e deve lembrar o segmento de que a maioria dos fiéis, pobre e periférica, foi beneficiada por políticas públicas iniciadas pelos governos petistas.

As palavras são do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que antecipou neste sábado (27) a estratégia que deve usar para recuperar um bloco eleitoral que já lhe foi mais generoso.

Em encontro virtual de mais de duas horas, o petista propôs a criação de “um momento evangélico” na TV e na rádio do partido.

Seria uma forma de reverter a falsa premissa de que o verdadeiro cristão não vota na esquerda, martelada por vários dos megapastores brasileiros, hoje alinhados ao presidente Jair Bolsonaro.

É uma argumentação fartamente usada por pastores com linha direta no Palácio do Planalto e maior canhão midiático, capitaneados por Silas Malafaia.

Hoje, nenhum líder de uma igreja grande está ao lado de Lula. A bola era mais dividida antes -o próprio Malafaia, que apoiou Lula em 1989 e 2002, é exemplo disso.

O bispo Edir Macedo é outro termômetro para o debate eleitoral no campo religioso.

Raramente visto em eventos exteriores à sua igreja, ele vem usando a Folha Universal para expressar predileções ideológicas. Pois elas não são boa notícia para petistas que almejam uma reaproximação com Macedo, ex-parceiro dos governos Lula e Dilma.

Alguns editoriais recentes do jornal da Universal do Reino de Deus: “Vítimas da militância LGBT” (desagravo a Mauricio Souza, o jogador olímpico de vôlei que caiu nas graças bolsonaristas após criticar um beijo homoafetivo do novo Super-Homem), “Proibição da Bíblia na China: o que isso tem a ver com você, brasileiro?” (sobre uma suposta ideologia comunista propagada por PT e outras legendas esquerdistas) e “Os atos da esquerda falam por si mesmos” (a tese de que nenhum país governado pela esquerda deu certo). Houve também um elogio ao 7 de Setembro bolsonarista.

Segundo Lula, é importante oferecer uma contranarrativa “porque há muito fetiche, há muita queimação, há muita maldade, contra e a favor, há muito disse-que-disse”.

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