Mendonça renega Bolsonaro e descarta uso da religião no STF
"Como tenho dito quanto a mim mesmo: na vida, a Bíblia; no Supremo, a Constituição", afirmou.

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 01/12/2021 às 16:12 | Atualizado em: 01/12/2021 às 16:12
O ex-ministro André Mendonça renegou o presidente Bolsonaro, que havia pedido orações durante as sessões do Supremo. A mesmo tempo descartou o uso da religião no Supremo Tribunal Federal (STF).
Disse isso durante sua sabatina nesta quarta-feira (1º) na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o ex-ministro André Mendonça assumiu o compromisso de defender a democracia e a Justiça.
Ele tem indicação de Bolsonaro. Contudo, também buscou se afastar em alguns momentos do mandatário do Planalto e seus seguidores e fez gestos para a classe política.
Por conseguinte, depois da sabatina na CCJ, o nome de Mendonça deve ser submetido à votação do plenário do Senado ainda nesta quarta-feira (2).
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“Terrivelmente evangélico”
Além disso, aos senadores o indicado “terrivelmente evangélico” de Bolsonaro também se comprometeu com a laicidade estatal, descartando o uso da religião no STF.
“Como tenho dito quanto a mim mesmo: na vida, a Bíblia; no Supremo, a Constituição”, afirmou.
A princípio, Mendonça negou que tenha usado a Lei de Segurança Nacional para perseguir adversários do governo Bolsonaro.
Desse modo, o ex-advogado-geral da União é sabatinado na CCJ mais de quatro meses após sua indicação ter sido enviada para o Senado.
O presidente da comissão, Davi Alcolumbre (DEM-AP), resistia a pautar a sabatina, por defender para o cargo o nome do procurador-geral da República, Augusto Aras.
Da mesma forma, o senador ainda entrou em atrito com o Palácio do Planalto, após ter perdido o controle sobre a distribuição de emendas parlamentares.
Dessa maneira, em sua fala inicial na sabatina, Mendonça afirmou que usou a Lei de Segurança Nacional para pedir a instauração de inquéritos contra adversários de Bolsonaro em “estrita obediência ao seu dever legal”.
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Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado