Cutucadas e troca de chumbo entre antigos aliados na boca da urna

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 27/08/2017 às 13:10 | Atualizado em: 27/08/2017 às 13:10

Amazonino Mendes (PDT) e Eduardo Braga (PMDB), antigos aliados da política amazonense, e hoje disputando o mandato tampão de governador do Amazonas, resolveram “trocar chumbo” na hora de votar neste domingo, dia 27, em Manaus. O passado de parceria foi o ingrediente principal.

Líder das pesquisas, Amazonino foi direto em dizer que seu oponente fez uma campanha de ataques.

“Eu adoraria ter ido debater propostas, mas não há propostas. Foi uma campanha suja”.

Amazonino revelou que não foi ao último debate em TV, na sexta, dia 25, em sinal de protesto.

“Deixei o adversário falando só porque era para ficar falando só”, afirmou o candidato ao criticar o comportamento de Braga.

“Chegou ao clímax de fazer mais de quatro mil inserções difamatórias, injuriosas, no rádio e na TV. Sem nenhum sentido eleitoral, positivo, honesto, digno”, disse.

Provocado pelos repórteres se atenderia a uma ligação de Braga, respondeu que sim, “claro, lógico, com maior tranquilidade. Pra que guardar raiva, ódio, ira…?”, questionou.

Para, na sequência, cutucar o antigo aliado:

“Ele [Braga] é um cara que ajudei a ser governador, a ser prefeito, organizei a vida dele, botei ele no poder. Os insultos que ele me faz é fraqueza dele”.

E aconselhou que Braga aliasse a inteligência ao bom sentimento. “Quando a gente não tem bom sentimento é isso aí”.

Finalizou dizendo que ter ódio é burrice. “Um governante não pode ter ira, ódio. Isso é coisa baixa, não é correta”, destacou Amazonino.

Veja o vídeo:

 

 

“Rabo preso”

Avisado por repórter de que Amazonino o criticou em entrevista, Braga partiu para o contra-ataque afirmando que Amazonino tem o “rabo preso”, por isso não fala dos “supercontratos”, de obras paralisadas mesmo com o governo tendo dinheiro em caixa.

“Eu sei que tem gente do lado dele [Amazonino] que não deixa ele falar, porque tem compromisso [não disse com o quê]”, denunciou.

Braga continuou afirmando que não respeita “o Amazonino que fez acordo para vender o Porto de Manaus, fez acordo para vender a Cigás, e se tivesse escritura do Encontro das Águas, eu não sei se não teria vendido”.

Sobre dever a carreira política a Amazonino, dita por ele, o peemedebista disse que foi eleito vereador e “ele foi nomeado por decreto de Gilberto Mestrinho”.

“A diferença entre o Amazonino e eu é que meus mandatos foram conquistados com o voto do povo. Eu tive participação ao lado de Amazonino, mas ele mudou para pior quando se aliançou com pessoas que ele mesmo diz que construíram uma armadilha na vida dele”, disse, sem citar nome.

Antes de falar de Amazonino, Braga se reportou ao pleito de 2014 para citar que “a eleição foi roubada” pelo candidato que venceu e que depois foi cassado, o governador José Melo (Pros).

Segundo ele, a eleição de Amazonino significará que a “turma do Melo” continuará no poder.

Veja em vídeo:

 

Fotos: BNC