Frigoríficos avançam com desmatamento e grilagem na Amazônia

Entre os frigoríficos aparecem a JBS, maior produtora de proteína do mundo, e a Frigol, quarta maior do setor no país.

Frigoríficos avançam com desmatamento e a grilagem na Amazônia

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 13/12/2021 às 10:26 | Atualizado em: 13/12/2021 às 10:26

Grandes frigoríficos do país avançam com desmatamento ilegal e grilagem, contribuindo com a destruição da floresta, na Amazônia.

Ou seja, compram gado, de forma direta ou indireta, de fazendas em áreas públicas federais da região e suspeitas de grilagem.

Segundo investigação da Organização Greenpeace Brasil publicada pelo site Rede Brasil Atual.

Por exemplo, entre os frigoríficos aparecem a JBS, maior produtora de proteína do mundo, e a Frigol, quarta maior do setor no país.

Além disso, a organização não governamental identificou frigoríficos com históricos de crimes ambientais, ligadas a trabalho escravo.

Assim como até mesmo pertencentes a pessoas acusadas de envolvimento em assassinatos.

Leia mais

De recorde em recorde, desmatamento na Amazônia é pior em 10 anos

Grilagem

A apropriação ilegal de terra pode aumentar na Amazônia caso o Congresso aprove qualquer um, ou ambos, os Projetos de Lei conhecidos como PL da Grilagem (PL 2633/2020 e 510/2021).

Atualmente em discussão no Senado, os projetos facilitam a legalização de terras da União que grileiros se apropriam ilegalmente.

Dessa forma, o Greenpeace aponta a taxa de desmatamento na Amazônia para 2021, 30% da área perdida se concentrou nas chamadas Florestas Públicas Não Destinadas.

Essas florestas são áreas pertencentes à União ou aos estados, mas que ainda não possuem finalidade específica.

Nesse sentido, uma análise recente do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipaam) identificou que a pastagem ocupa 75% das florestas públicas não destinadas, entre 1997 e 2020.

Leia mais

Estudo aponta grilagem na Amazônia do tamanho de dois Rios de Janeiro

Invasão de terras públicas

Isso, portanto, indica ocupação ilegal para pecuária. Com isso, a porta voz do Greenpeace, Cristiane Mazzetti, afirma:

“A redução do desmatamento passa pelo combate à grilagem e passa pelo Congresso rejeitar novas flexibilizações nas leis que incentivem um ciclo contínuo de invasão de terras públicas”.

O cruzamento de dados foi feito com base nas 50 maiores áreas de desmatamento na Amazônia entre os meses de agosto de 2020 e julho de 2021.

Em suma, a Amazônia está chegando cada vez mais próxima do seu ponto de não retorno, um ponto muito perigoso para a sociedade brasileira e global.

Além de prover uma série de contribuições da natureza para nossas economias e bem-estar humano, a floresta estoca grandes quantidades de carbono e biodiversidade.

Leia mais em Rede Brasil Atual.

Foto: Divulgação/FAO