Na noite do dia 24 para a chegada do Natal, enquanto famílias em Manaus festejam a data mais importante da cristandade, criminosos se ocupavam de assassinar e ensacar o corpo de um homem.
A vítima, um catador de latinhas pelas ruas da capital, tinha cerca de 30 anos. Era catador de latinhas, desses que perambulam pelas ruas, de lixeira em lixeira.
O espírito mais fraterno e pacífico que predomina no Natal não chegou aos corações dos assassinos do catador. Ele foi morto com tijoladas na cabeça, com as mão amarradas para trás. Além disso, recebeu golpes de gargalo de garrafa.
Seu corpo, sangrando, foi encontrado por garis da Secretaria de Limpeza Pública (Semulsp) em lixeira do centro da capital na manhã de Natal.
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Cidade das execuções
Manaus se nega a ser reconhecida como cidade violenta, em que os criminosos agem sem importunação. Crimes de pistolagem acontecem a qualquer hora, em qualquer lugar, e à quase totalidade dos casos nenhuma resposta é dada de identificação de autores e punição. A estrutura investigativa da polícia é ineficaz diante do volume de ocorrências. Assim, quase sempre tudo fica mesmo na conta da “guerra das facções” criminosas. Como se fosse um campo de segurança máxima, em que não é necessário apurar nada.
Além do catador de latinhas, covardemente esmagado, dois homens foram executados na noite de Natal dentro de uma picape no bairro Parque das Laranjeiras, zona centro-sul de Manaus.
O cenário do crime é o de sempre: homens que trafegam fortemente armados pela cidade se aproximam das vítimas e as executam ali mesmo. Sem qualquer importunação, deixam o local. E talvez nunca mais sejam vistos.
Foto: Reprodução/internet