Ă”micron prevalece em 92,6% das anĂ¡lises feitas no Brasil
Pesquisadores analisaram 2.463 amostras coletadas entre 26 de dezembro e 1º de janeiro

Publicado em: 06/01/2022 Ă s 19:32 | Atualizado em: 06/01/2022 Ă s 19:32
Uma anĂ¡lise feita pelo Instituto Todos pela SaĂºde (ITpS), em parceria com os laboratĂ³rios Dasa e DB Molecular, constatou SARS-CoV-2 em 337 amostras, sendo que em 312 (92,6%) hĂ¡ indicaĂ§Ă£o de infecĂ§Ă£o pela variante Ă´micron.
Os pesquisadores analisaram 2.463 amostras coletadas entre 26 de dezembro e 1º de janeiro.
Desde o dia 1º de dezembro de 2021, os pesquisadores testaram um total de 32.946 amostras em 415 municĂpios de 25 estados.
A Ă´micron foi identificada em 80 municĂpios de oito estados – Bahia, GoiĂ¡s, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Santa Catarina, SĂ£o Paulo e Tocantins – e tambĂ©m no Distrito Federal.
“O ITpS considera relevante para as decisões de saĂºde pĂºblica a divulgaĂ§Ă£o dos dados de teste RT-PCR Especial, principalmente neste momento em que o paĂs vive um apagĂ£o de dados oficiais. Aliado a isso, temos de lidar com a baixa capacidade de testagem de casos e de sequenciamento genĂ´mico para acompanhamento das variantes, o que dificulta ainda mais a avaliaĂ§Ă£o do cenĂ¡rio atual de disseminaĂ§Ă£o do SARS-CoV-2 e a consequente atuaĂ§Ă£o dos governos no combate Ă pandemia”, afirma Jorge Kalil, diretor-presidente do ITpS.
Em um mĂªs, a positividade para SARS-CoV-2 aumentou de 5% para 13,7%. Segundo o ITpS, Ă© um reflexo do avanço da Ă´micron no paĂs.
“A situaĂ§Ă£o de outros paĂses mostra que a Ă´micron se torna predominante em questĂ£o de semanas onde Ă© introduzida. Apesar de nossas anĂ¡lises nĂ£o mostrarem casos da variante em todos os estados, é provĂ¡vel que neste momento ela jĂ¡ esteja presente na maioria deles”, diz o virologista Anderson Brito, pesquisador cientĂfico do ITpS e responsĂ¡vel pelo levantamento.
Para detectar a nova variante, os laboratĂ³rios utilizaram o teste RT-PCR e nĂ£o fizeram o sequenciamento genĂ©tico.
“A Ă´micron possui diversas mutações e deleções (remoções de fragmentos de genes). Uma deleĂ§Ă£o em particular afeta os cĂ³dons 69 e 70 do gene S (na linhagem Ă”micron BA.1). Alguns testes RT-PCR falham na detecĂ§Ă£o da regiĂ£o deletada, e assim podemos detectar a Ă´micron”.
“O mais normal seria fazer todo o sequenciamento do vĂrus, e isso leva tempo. Estamos fazendo isso sistematicamente, acumulando dados e vendo que existe um crescimento diĂ¡rio de Ă´micron, constante”, alerta Kalil.
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Foto: Instituto Todos pela SaĂºde/DivulgaĂ§Ă£o