O empresário Eládio Cameli pai do governador do Acre , pelo partido Progressistas, Gladson Cameli (foto ), contestou hoje (6) notícias de que teria movimentado R$ 420 milhões em conta corrente durante os mandatos do filho.
Em nota, reproduzida abaixo, o empreiteiro afirma que suas empresas não tiveram participação em licitação e nem qualquer contrato direto com o Governo do Acre.
Conforme Eládio Cameli, alvo da operação Ptolomeu, da Polícia Federal, em 16 de dezembro de 2021, todo seu milionário patrimônio é lícito e tem como ser comprovado quanto à origem.
Confira a nota de esclarecimento:
O empresário Eládio Cameli, em razão do noticiário, vem a público esclarecer que:
Ele e as empresas das quais é sócio não participaram de processos licitatórios ou de contratações diretas com o governo do Acre na atual gestão;
• Inexiste a movimentação de R$ 420 milhões em sua conta corrente;
• Ele e as empresas das quais é sócio não participaram de processos licitatórios ou
• Todo seu patrimônio é fruto de décadas de trabalho, tendo como comprovar a origem lícita da integralidade do patrimônio;
• Ele confia na Justiça brasileira e espera que, ao final da investigação, seja verificada sua total isenção com relação a qualquer fato tratado na investigação.
Manaus, 06 de Janeiro de 2022.
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Filho é o alvo
Embora Eládio tenha sido objeto de mandado de busca e apreensão em Manaus, onde mora, a principal mira da operação é mesmo seu filho Gladson, no Acre.
De acordo com a polícia, o governador comandou esquema de corrupção e lavagem de dinheiro. Por causa disso, sua casa, escritório e gabinete foram vasculhados na operação em Rio Branco.
Como resultado desse esquema no alto escalão do governo, diversos crimes foram cometidos, segundo a polícia. Por exemplo, superfaturamento, propina, empresas fantasmas e movimentações bancárias suspeitas de altos valores.
A base das informações bancárias suspeitas foi levantada pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). De 35 operações com altos valores, o governador estaria envolvido em pelo menos 20 delas.
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Tais transações chegaram a mais de R$ 828 milhões entre 2 de maio de 2015 e 30 de abril de 2020. O período é referente a mandatos do atual governador (2015-2018 e 2019-2022).
Gladson Cameli contesta
A defesa de Gladson Cameli, no entanto, diz que tais informações são desconexas e sem fundamento. “São apenas ilações desconexas”, diz trecho de nota dos advogados.
Em suma, o governador é apontado pela Polícia Federal como o principal beneficiário desse esquema. A ponto de seu patrimônio ter dobrado logo no primeiro mandato. Ele tinha R$ 2,9 milhões declarados na eleição de 2014, e na de quatro anos depois já possuía mais de R$ 5,8 milhões, conforme a polícia.
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Foto: Asscom/AC