Temer afirma que não descarta uma conversa com Lula
O emedebista afirmou que foi procurado por uma “pessoa elegante” ligada ao petista

Ferreira Gabriel
Publicado em: 14/01/2022 às 09:11 | Atualizado em: 14/01/2022 às 09:12
O ex-presidente Michel Temer (MDB) disse ver com naturalidade o diálogo entre vários setores políticos, e não descarta um encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O emedebista afirmou que foi procurado por uma “pessoa elegante” ligada ao petista.
“Ele me procurou 3 dias depois que o ex-presidente fez um discurso num sindicato, e senti que ele [Lula] falou para a base dele. Ele disse que o presidente Temer e o presidente Bolsonaro destruíram o país”, disse Temer.
“Compreendo o presidente Lula ao dizer isso. Ele não estava falando de mim, mas para a base dele. Mas evidentemente, neste momento, nós vamos conversar, como conversei no passado”.
Para Temer, conversar é o que “tipifica” a democracia. “Você não pode recusar quando alguém te procurar. Tem que dialogar”, afirmou. As declarações foram feitas em entrevista à CNN Brasil, transmitida nesta quinta-feira (13).
Temer criticou a intenção de revogar a reforma trabalhista, aprovada durante seu governo. A proposta tem sido ventilada por integrantes do PT. O tema ganhou tração depois que Lula apoiou a ação do governo espanhol de reverter grande parte da flexibilização de regras trabalhistas adotadas no país.
Em reunião com representantes do governo da Espanha e do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) na 3ª feira (11.jan), Lula enfatizou não querer revogar a reforma trabalhista, mas afirmou que pretende atualizar alguns pontos, como a jornada intermitente e a regulamentação dos trabalhadores de aplicativos.
Temer viu uma mudança de tom do petista, que deixou de falar em revogação da reforma, para tratar de regulamentações específicas. “Acho que logo eles detectaram que não seria uma coisa útil.” O emedebista reconhece que podem ser feitas adaptações na legislação, “de acordo com realidades momentâneas”.
Ele defendeu o legado do seu governo. Disse que a reforma produziu abertura de empregos e que harmonizou as relações entre empregado e empregador. Também afirmou que ao longo de tempo é preciso fazer revisões no teto de gastos, outra herança de sua gestão.
“Se forem fazer pequenas adaptações, tudo bem. O que não se pode fazer é usar a questão do teto e da reforma trabalhista para efeitos apenas eleitorais. Não devem ter conotação eleitoreira. Eliminar o teto tira a credibilidade fiscal”, declarou.
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