Como operação padrão da Receita já afeta produção da ZFM

Em ofício enviado à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam) disse que o quadro tem “causado um grande transtorno para as indústria

Produção industrial no Amazonas cai 14,4%

Publicado em: 28/01/2022 às 16:51 | Atualizado em: 28/01/2022 às 16:51

A situação nos postos aduaneiros do país tem piorado com os reflexos da operação padrão dos auditores fiscais federais agropecuários, que completa um mês hoje.

A mobilização simultânea dos servidores da Receita Federal agrava os atrasos nas liberações de cargas que entram ou saem do país e também afeta os trabalhos na Zona Franca de Manaus, um dos principais polos industriais do país – no ano passado, onde as 400 empresas do polo faturaram R$ 150 bilhões.

Em suma, o baixo contingente e o avanço da pandemia atrapalham os trabalhos. Apenas três servidores federais estão lotados no polo. Por mês, eles analisam, em média, 800 processos.

A situação piorou nesta semana porque uma servidora teve covid e foi afastada e outro auditor está em férias. Um servidor foi deslocado de Brasília para ajudar no Amazonas. Desde 2018, são dois agrônomos e uma veterinária no polo. Em 2007, eram 11 agrônomos.

Os servidores inspecionam a exportação de milho, soja, farelo de soja, madeira e castanha pelo Norte do país e acompanham a importação de produtos como bacalhau, couro e fertilizantes.

Em Manaus, também ocorre a verificação dos desembarques de itens como bebidas, azeite, alho e trigo, além da de embalagens de madeira e papelão utilizadas por todas as indústrias locais.

“O atraso na liberação de insumos tem reflexos sobre toda a linha de produção das empresas. Não adianta liberar 99% das cargas. Um item que faltar vai causar impacto e paralisar a atividade”, disse Wilson Périco, presidente do Centro das Indústrias do Amazonas (Cieam).

“Quem está sofrendo as penalizações é o contribuinte, a indústria, que paga seus impostos, e quem corre risco é a sociedade com [a ameaça aos] empregos”, concluiu.

Em ofício enviado à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam) disse que o quadro tem “causado um grande transtorno para as indústrias (…) A perspectiva, contudo, é crítica, e as soluções (…), paliativas”.

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Foto: BNC Amazonas