A convenção nacional do PL (Partido Liberal) neste sábado (29) foi burocrática, morna. Além de não fazer o lançamento da candidatura de Jair Bolsonaro à reeleição, limitou-se pois a ajustar seus comandos regionais e a eleger um militar, o capitão PM e deputado federal Augusto (SP) como vice-presidente nacional.
Ele chega com o propósito primeiro de “bolsonarizar” o PL. Indicado que foi de acordo entre o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e Bolsonaro, Augusto disse que quer “vincular o Bolsonaro ao seu novo número de partido”.
“Sou um elo, para trazer a ala bolsonarista para dentro do partido. Sou amigo do Bolsonaro há mais de dez anos, sou partidário também, então juntou as duas coisas”, afirmou.
Bolsonaro, contudo, não foi à convenção. Mandou o irmão Renato e o deputado federal Hélio Lopes, conhecido como Hélio Negão, seu amigo.
Nas eleições deste ano, pois, o PL espera que a bandeira do bolsonarismo faça dobrar sua bancada na Câmara com 80 deputados.
Conforme o partido, Capitão Augusto vai viajar o país e está autorizado a falar por Bolsonaro.
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A primeira das suas missões será reorganizar diretórios regionais que historicamente são associados ao petista Lula da Silva. Herança do atual presidente Valdemar Costa Neto, que sempre esteve ao lado dos governos do PT.
Além disso, há temor de liberais com o futuro da legenda em eventual derrota de Bolsonaro.
Outra preocupação surge no partido. É a de que, há apenas dois meses de Bolsonaro filiado, portanto, seu clã já esteja patrocinando ataques a membros do PL. Por exemplo, a operação da Polícia Federal contra o deputado Josimar Maranhãozinho (PL-MA), logo após a filiação do presidente.
A desconfiança é de que seria uma tentativa de enfraquecer Costa Neto e o atual comando.
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Foto: Walter Campanato/Agência Brasil