Eletros vai pedir que governo deixe ZFM de fora da redução do IPI 

Entidade do setor eletroeletrônico e de informática é um dos 15 membros da Coalizão Indústria que se reúne com Paulo Guedes nesta sexta-feira 

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Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 10/02/2022 às 20:24 | Atualizado em: 10/02/2022 às 20:24

Quando a Coalização Indústria (foto de 2020) se encontrar nesta sexta-feira, 11, com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para pressionar o governo a fazer um corte de até 50% no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), o presidente da Eletros, Jorge do Nascimento Júnior, vai sacar da manga uma proposta já acertada com os parceiros da coalização. 

“Vamos dizer que somos favoráveis aos incentivos que o governo está pretendendo dar para a reindustrialização e o fomento aos novos investimentos industrais e se essa ação for com a redução do IPI que ele não seja linear, mas  que garanta a excepcionalidade para os produtos fabricados na Zona Franca de Manaus”, disse Jorge Júnior.  

A Coalizão Indústria é o grupo que reúne representantes empresariais de cerca de 15 setores da economia brasileira, como Instituto Aço Brasil (siderúrgicas), Interfarma (farmacêuticas), Abicalçados, Abrinq (brinquedos) e a poderosa Eletros, do setor eletroeletrônico e informática.

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O presidente da Eletros manifesta essa preocupação ao ficar no meio do fogo cruzado porque há empresas que estão fora da Zona Franca de Manaus e que desejam o corte drástico e linear do IPI.  

Queda das vantagens comparativas 

No entanto, a maioria da indústria eletroeletrônica e de informática está na Zona Franca de Manaus e, se o IPI for reduzido, caem as vantagens comparativas em relação aos mercados fora do Amazonas o que implicará em fuga de investimentos, empregos entre outros beneficios.

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O principal argumento do governo federal, ao defender a redução do imposto, que excluiria apenas cigarros e bebidas, é o de que a medida ajudaria a aliviar a inflação e ajudar na retomada do crescimento econômico e industrial no pós-pandemia.  

“Portanto, nessa reunião com o ministro Paulo Guedes, já acordado com os membros da Coalização Indústria, vamos fazer essa ponderação: que a medida atenda o govero, os anseios da indústria brasileira, mas leve em conta também as necessidades da Zona Franca de Manaus”, disse o presidente da Eletros. 

Polo eletroeletrônico é o maior do país 

Jorge do Nascimento Júnior lembra que essa excepcionalidade é importante e necessária porque na Zona Franca de Manaus está a maior concentração da indústria eletroeletrônica do país e não pode desconsiderar que o setor é que maior arrecadador e pagador de impostos, tem o maior faturamento e a maior geração de empregos. 

“Logo, o governo não pode desconsiderar esse ambiente, toda essa pujança da indústria que traz tantos benefícios econômicos e sociais para o Amazonas, para toda a região e para o país”, destacou o presidente da Eletros. 

Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República