Garimpeiros fecham rodovia para protesto contra Bolsonaro

Em áudios trocados entre grupos de garimpeiros, eles mandaram aviso direcionado ao presidente

Garimpeiros fecham rodovia para protesto contra Bolsonaro

Da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 10/03/2022 às 12:15 | Atualizado em: 10/03/2022 às 12:20

Garimpeiros irão fechar a BR-163 a partir de amanhã (11) em protesto contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). O trecho é o mais movimentado para o escoamento do agronegócio que segue para os portos da região Norte.

Conforme a Istoé, o Estadão teve acesso ao aviso direcionado ao presidente Bolsonaro.

No “Manifesto dos garimpeiros independentes do Alto Tapajós”, eles afirmam que farão um “movimento pacífico de paralisação de veículos na BR-163” e que “não será permitida a passagem de ninguém”.

Contudo, esta é uma ação proibida por lei, uma vez que pode comprometer o fluxo de serviços essenciais, como tráfego de ambulâncias e segurança.

Nesse sentido, a reportagem teve acesso a áudios trocados entre grupos de garimpeiros, nos quais combinam como será o fechamento da rodovia.

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Em suma, o protesto pretende ser uma resposta à destruição de maquinários do garimpo por ações da Polícia Federal (PF) e Ibama, ações legais e que fazem parte do processo de destruição de objetos do crime contra o meio ambiente.

Já Bolsonaro disse, em diversas ocasiões, que é contra a queima de máquinas.

O governo chegou a fazer demissões no Ibama após operações que incluíram a destruição de equipamentos do garimpo clandestino.

“O movimento se dá em razão das ações truculentas do governo federal através de seus órgãos que deveriam ser fiscalizadores e educadores, porém têm sido destruidores, desrespeitando o devido processo legal, quando destroem patrimônios aleatoriamente, dentre eles, inclusive, bens de propriedade dos garimpeiros”, afirmam, em afronta direta ao que determina a legislação ambiental e o trabalho de fiscalização dos agentes.

Segundo os garimpeiros, o ato representa “cerca de 200 mil pessoas que dependem exclusivamente da mineração”.

A princípio, a região de Itaituba foi alvo de intensas operações policiais do Ibama e Polícia Federal em fevereiro.

Na ocasião, os agentes destruíram 21 máquinas escavadeiras e 15 acampamentos usados pelos garimpeiros na região cortada pelo Rio Tapajós.

Houve ainda a destruição de uma balsa de exploração de ouro no leito do rio, além de motos, carros, motores e 41 mil litros de combustível.

Assim, as estimativas da PF são de que os bens destruídos somam cerca de R$ 14 milhões.

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Foto: Isac Nóbrega/PR