Garimpeiros irão fechar a BR-163 a partir de amanhã (11) em protesto contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). O trecho é o mais movimentado para o escoamento do agronegócio que segue para os portos da região Norte.
Conforme a Istoé, o Estadão teve acesso ao aviso direcionado ao presidente Bolsonaro.
No “Manifesto dos garimpeiros independentes do Alto Tapajós”, eles afirmam que farão um “movimento pacífico de paralisação de veículos na BR-163” e que “não será permitida a passagem de ninguém”.
Contudo, esta é uma ação proibida por lei, uma vez que pode comprometer o fluxo de serviços essenciais, como tráfego de ambulâncias e segurança.
Nesse sentido, a reportagem teve acesso a áudios trocados entre grupos de garimpeiros, nos quais combinam como será o fechamento da rodovia.
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PF e Ibama
Em suma, o protesto pretende ser uma resposta à destruição de maquinários do garimpo por ações da Polícia Federal (PF) e Ibama, ações legais e que fazem parte do processo de destruição de objetos do crime contra o meio ambiente.
Já Bolsonaro disse, em diversas ocasiões, que é contra a queima de máquinas.
O governo chegou a fazer demissões no Ibama após operações que incluíram a destruição de equipamentos do garimpo clandestino.
“O movimento se dá em razão das ações truculentas do governo federal através de seus órgãos que deveriam ser fiscalizadores e educadores, porém têm sido destruidores, desrespeitando o devido processo legal, quando destroem patrimônios aleatoriamente, dentre eles, inclusive, bens de propriedade dos garimpeiros”, afirmam, em afronta direta ao que determina a legislação ambiental e o trabalho de fiscalização dos agentes.
Segundo os garimpeiros, o ato representa “cerca de 200 mil pessoas que dependem exclusivamente da mineração”.
A princípio, a região de Itaituba foi alvo de intensas operações policiais do Ibama e Polícia Federal em fevereiro.
Na ocasião, os agentes destruíram 21 máquinas escavadeiras e 15 acampamentos usados pelos garimpeiros na região cortada pelo Rio Tapajós.
Houve ainda a destruição de uma balsa de exploração de ouro no leito do rio, além de motos, carros, motores e 41 mil litros de combustível.
Assim, as estimativas da PF são de que os bens destruídos somam cerca de R$ 14 milhões.
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Foto: Isac Nóbrega/PR