De volta a Manaus nesta quinta (10), o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), disse que é preciso manter um diálogo constante com o governo Bolsonaro sobre a Zona Franca de Manaus (ZFM).
Segundo ele, isso é importante para manter a segurança jurídica do modelo de desenvolvimento. Além disso, para garantir as vantagens tributárias comparativas dos produtos do polo industrial da ZFM.
“O diálogo tem que ser permanente nesse processo porque a gente está tratando de algo muito sensível, que é a ZFM”. Ele se referiu particularmente à manutenção dos postos de trabalho gerados pelo distrito industrial.
Após reunião com o presidente da República e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quarta (9), Lima afirmou que o decreto sobre redução de 25% do IPI será reeditado até o fim deste mês.
Além disso, afirmou que o Amazonas deve buscar alternativas econômicas à ZFM. O governador citou, por exemplo, a exploração de silvinita para a agricultura, de gás natural e da bioeconomia.
Ressalvou, contudo, que isso são projetos de longo prazo. Dessa forma, não é possível hoje prescindir do modelo zona franca. “A gente só pode começar a fazer um processo de transição quando a gente tiver algo que garanta os empregos de quem está na ZFM e a competitividade às empresas”.
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Efeito político
De acordo com Lima, a promessa de Bolsonaro e Guedes de excluir a ZFM dos prejuízos da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados foi resultado da ampla articulação política e empresarial do Amazonas.
Participaram ativamente dessa mobilização o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), o coordenador da bancada do Amazonas no Congresso, senador Omar Aziz (PSD), o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PSD), além de outros políticos.
O governador contou ainda com o apoio, na entrevista de hoje, dos deputados federal Átila Lins (Podemos) e estadual Roberto Cidade (PV), este o presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM).
Do lado empresarial, destaque para os dirigentes da indústria (federação/Fieam e centro/Cieam), além de José Jorge Júnior, da Eletros (entidade do polo de eletrônicos), e técnicos da Sefaz-AM (Secretaria de Fazenda).
“Acho que nós temos fôlego, demonstramos ter estatura e união política para o enfrentamento dos assuntos que são do interesse da sociedade amazonense”, afirmou o presidente do Cieam, Wilson Périco.
*Com informações da Secom
Foto: Arthur Castro/Secom