Ex-chefe da PF no AM, que acusou Salles, será candidato pelo PSB 

Alexandre Saraiva é alvo de processo disciplinar na PF por ter dado entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, em junho passado 

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Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 21/03/2022 às 20:04 | Atualizado em: 21/03/2022 às 20:37

Ex-superintendente da Polícia Federal (PF) no Amazonas, o delegado Alexandre Saraiva, afastado do cargo no estado após denunciar Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente, será candidato a deputado federal pelo PSB do Rio de Janeiro.  

Saraiva foi demitido do cargo no Amazonas no dia 20 de abril do ano passado, dias após ele ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma notícia-crime contra Salles por interferir na PF e defender madeireiros flagrados praticando desmatamento ilegal na Amazônia.  

O ex-ministro foi acusado de dificultar a ação fiscalizadora do poder público no meio ambiente; exercer advocacia administrativa; e integrar organização criminosa. 

“A sorte está lançada. Hasta la victoria …siempre”, postou no Twitter o delegado junto com o poema “Gládio”, de Fernando Pessoa, e foto publicada na coluna de Ancelmo Gois, de O Globo, onde ele aparece reunido com os deputados do PSB Carlos Minc (ex-ministro do Meio Ambiente) e Alessandro Molon, ambos do Rio de Janeiro. 

Na ocasião, o policial assinou a ficha de filiação do partido para concorrer a vaga na Câmara dos Deputados.

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Mordaça 

O ex-superintendente, que chegou a ser cotado para assumir a pasta do meio ambiente no início do mandato de Jair Bolsonaro (PL), denunciou recentemente que estava sofrendo “mordaça” na corporação. 

De Manaus, o delegado foi transferido para delegacia da PF em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. 

Saraiva é alvo de um processo disciplinar na PF por ter dado entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, em junho do ano passado. 

“Tudo o que os criminosos mais poderosos desejam é uma polícia amordaçada. A sociedade precisa nos ouvir e nós precisamos falar. Sempre com profissionalismo e respeito ao sigilo necessário ao trabalho policial. Trata-se de verdadeira mordaça para os policiais, que contraria decisão do STF”, afirmou Saraiva à coluna do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles no DF. 

Foto: Socialismo Criativo/TV Globo/reprodução/

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