Corrupção do MEC é o novo escândalo do governo Bolsonaro
A pasta comandada por Milton Ribeiro tem sido utilizada para negociatas e acabou terceirizada pelo presidente da República

Ferreira Gabriel
Publicado em: 22/03/2022 às 11:16 | Atualizado em: 22/03/2022 às 11:16
A mais recente denúncia de corrupção contra o governo está exposta em duas matérias de peso.
A primeira, de autoria dos jornalistas Breno Pires, Felipe Frazão e Julia Affonso, do Estado de S. Paulo, mostrou que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, tem um gabinete paralelo composto por pastores evangélicos de fora do governo que controlam a verba e a agenda do Ministério da Educação.
Nova matéria, de autoria de Paulo Saldaña, publicada na Folha de S. Paulo, confirma essa privatização celestial dos recursos públicos com um áudio revelador.
Na conversa gravada, Ribeiro diz que entre as prioridades de sua pasta está o atendimento das demandas dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, que, pelo menos desde janeiro do ano passado, têm intermediado o repasse de recursos federais para prefeituras em obras de creches e escolas, quadras e compra de equipamentos de tecnologia.
O ministro diz na gravação quem indicou os intermediários: “Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do Gilmar”.
A ser verdade o que o próprio ministro diz no áudio, Bolsonaro deu uma espécie de procuração informal para que pastores indiquem quais prefeitos vão receber recursos públicos. Ribeiro diz que isso é feito em troca de “apoio sobre a construção de igrejas”.
A terceirização da gestão combina com a fala do presidente em encontro com pastores evangélicos no início do mês, quando disse que dirige a nação “para o lado que os senhores assim desejarem”.
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Foto: Isac Nóbrega/PR