Bolsonarista Malafaia ‘lava as mãos’ sobre pastores do escândalo do MEC

O pastor diz também que eles não são iguais ao “PT que encobre os seus ladrões e corruptos”

Publicado em: 25/03/2022 às 12:40 | Atualizado em: 25/03/2022 às 12:40

O pastor Silas Malafaia pede que o Ministério Público Federal e a Polícia Federal quebrem o sigilo bancário, fiscal e telefônico dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Os dois são acusados de fazer looby e de intermediar a distribuição de recursos do Ministério da Educação (MEC).

“Nós somos mais 200 mil pastores neste país e não vamos tomar lama por causa de dois camaradas”, diz Malafaia em vídeo publicado no seu canal no YouTube.

Uma das lideranças mais próximas do presidente Jair Bolsonaro (PL), o pastor diz também que eles não são iguais ao “PT que encobre os seus ladrões e corruptos”.

“Eu não estou aqui para encobrir nada, queremos uma investigação profunda. Mas não aceitamos maldade de botar pecha em pastores. Eu não aceito isso”, afirma no vídeo.

Malafaia também sai em defesa de Bolsonaro, argumentando que ele não praticou crime. “Uma coisa é o presidente mandar ir ao ministro, outra coisa é o presidente dizer assim: faça o que eles estão pedindo. É uma diferença daqui para lua.”

O pastor afirma que, por enquanto, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, ainda é considerado inocente por ele. “Ribeiro disse que não pôde revelar documentos, porque está em sigilo pela CGU [Controladoria-Geral da União]. Eu estou aqui esperando, mas achei fraca a argumentação, a coisa é muito séria”, diz.

“Não pode sangrar o governo e muito menos pastores evangélicos por causa de dois caras”, completa.

À coluna, ele já tinha dito que “o ministro é pastor, e tem que provar que é honesto”. Para isso, “ele não pode ser genérico nas afirmações. Ele tem que mostrar, com documentos, o que esses dois caras pediram no ministério, se era lícito, o que foi liberado e onde o dinheiro foi parar”.

Em conversa gravada obtida pela Folha, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirma que o governo federal prioriza prefeituras cujos pedidos de liberação de verba foram negociados pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, que não têm cargo no governo e atuam em um esquema informal de obtenção de verbas do MEC.

Leia mais na coluna da Mônica Bergamo na Folha de S. Paulo

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Foto: Divulgação