Mexida de Bolsonaro na Petrobrás não deve trazer o esperado: queda nos preços

Economistas avaliam troca na presidência da estatal apenas como movimentação política de Jair Bolsonaro, sem efeitos práticos

Preço do petróleo cai e defasagem no Brasil é 6% na gasolina e zero no diesel

Mariane Veiga

Publicado em: 29/03/2022 às 09:34 | Atualizado em: 29/03/2022 às 09:53

Levantamento do Metrópoles mostra que a troca na presidência da Petrobrás, anunciada na segunda-feira (28), não terá efeito sobre os preços dos combustíveis, segundo economistas.

O curto tempo até as eleições e os entraves de governança para proteger a própria companhia são algumas das explicações para o fato de essa mudança não influenciar no valor cobrado pela empresa.

De acordo com o economista-chefe da Infinity Asset Management, Jason Vieira, a troca na presidência da empresa não é suficiente para causar uma alteração na dinâmica.

“Pode haver modificações nas políticas da Petrobrás, mas mesmo essas mudanças têm travas de conduta, então é difícil acreditar que haja alguma alteração real”, explica.

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Mercado internacional

Desde 2016, no governo Temer, a política de preços adotada pela estatal é seguir a paridade com o mercado internacional.

Dessa forma, o preço dos combustíveis é diretamente afetado pela cotação do dólar e pelo valor do barril no mercado.

Portanto, a demissão do general Joaquim Silva e Luna da presidência da petrolífera é, desta forma, vista por especialistas apenas como uma jogada política do presidente Jair Bolsonaro (PL) para se afastar da responsabilidade pelos aumentos nos preços dos combustíveis.

Neste mês, por exemplo, houve um reajuste no preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras em 18,8%. Para o diesel, o preço médio subiu 24,9%.

A expectativa é que Adriano Pires assuma o cargo após o dia 13 de abril, quando acontecerá a Assembleia Geral Ordinária do Conselho de Administração da Petrobrás.

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Foto: Divulgação/Petrobrás