Polícia Federal discute com partidos segurança de candidatos à presidência

A ideia da PF é antecipar o planejamento de ações em razão do risco de eventual polarização nas eleições

Publicado em: 31/05/2022 às 17:00 | Atualizado em: 31/05/2022 às 17:46

A PF (Polícia Federal) se reúne nesta terça-feira (31) com representantes de partidos políticos para apresentar um plano de segurança para os candidatos à presidência da República. O encontro será na sede da corporação, em Brasília.

A ideia da PF é antecipar o planejamento de ações em razão do risco de eventual polarização nas eleições e do curto prazo entre a oficialização das candidaturas (5 de agosto) e o início da campanha (16 de agosto).

 Há a estimativa de que serão deslocados cerca de 30 agentes para cada candidato, número que pode ser reduzido de acordo com o risco avaliado pela corporação.

Em nota, a PF diz que o objetivo do encontro de amanhã é realizar um “alinhamento estratégico” com as legendas e apresentar o planejamento conduzido na Operação Policial de Proteção aos Presidenciáveis, instaurada no início deste ano.

Embora seja candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL) conta com esquema de segurança montado pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional), inclusive durante a campanha.

A preocupação com a segurança dos candidatos neste ano é reflexo de diversos episódios que marcaram a campanha de 2018, o mais emblemático sendo o atentado ao então candidato Jair Bolsonaro, em Juiz de Fora (MG).

Bolsonaro foi esfaqueado por Adélio Bispo e correu risco de morte. Inquérito da PF concluiu que Adélio agiu sozinho em um crime sem mandantes e foi considerado inimputável, ou seja, incapaz de responder pelos próprios atos, por sofrer de distúrbios mentais. A pena foi revertida em internação por tempo indeterminado para tratamento psiquiátrico.

Ainda em 2018, dois ônibus de uma caravana do ex-presidente Lula da Silva (PT) foram atingidos por entre Quedas do Iguaçu (PR) e Laranjeiras do Sul (PR). No ano passado, um inquérito do episódio conduzido pelo MP-PR (Ministério Público do Paraná) foi inconclusivo.

Fora da campanha, o ano também foi marcado pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista, Anderson Gomes. O crime até hoje não foi completamente solucionado.

Uma pesquisa recente, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, mostrou que casos de violência contra políticos aumentaram 48,7% no primeiro trimestre de 2022 em comparação ao último trimestre de 2021. Foram registrados 113 casos de violência.

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Foto: Divulgação