Lula e Bolsonaro ainda lutam para definir seus palanques estaduais

Pré-candidatos sofrem para alinhar seus apoiadores dos estados e correm contra o tempo para buscar a unidade

Na guerra das pesquisas, Ipespe repõe distĂ¢ncia entre Lula e Bolsonaro

Publicado em: 19/06/2022 Ă s 11:58 | Atualizado em: 19/06/2022 Ă s 12:08

A um mĂªs do inĂ­cio do prazo para a realizaĂ§Ă£o das convenções partidĂ¡rias, os quatro presidenciĂ¡veis mais bem colocados nas pesquisas de intenĂ§Ă£o de voto ainda enfrentam indefinições em seus palanques estaduais.

Apesar de ter conseguido construir um arco robusto de aliados nas disputas para governador, o ex-presidente Luiz InĂ¡cio Lula da Silva (PT) precisarĂ¡ resolver pendĂªncias em 12 unidades da federaĂ§Ă£o.

JĂ¡ o presidente Jair Bolsonaro (PL) avançou na formaĂ§Ă£o da sua rede de apoio, mas terĂ¡ que lidar com postura mais comedida de seus candidatos no Nordeste.

As dificuldades também afetam os candidatos da terceira via.

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e a senadora Simone Tebet (MDB-MS) enfrentam problemas nas coligações atĂ© em seus prĂ³prios estados, alĂ©m de verem correligionĂ¡rios serem tragados pela polarizaĂ§Ă£o entre Lula e Bolsonaro.

As convenções devem ser realizadas de 20 de julho a 5 de agosto.

Distanciamento

Bolsonaro tem costuras acertadas em 23 estados, e ainda discute a escolha de candidatos no AmapĂ¡, no Rio Grande do Norte e no Distrito Federal. No MaranhĂ£o, o PL integra a aliança que tem o senador Weverton Rocha, do PDT de Ciro Gomes, como postulante ao governo.

O estado Ă© apenas um exemplo das dificuldades que o presidente enfrenta no Nordeste, onde ele Ă© rejeitado por parte expressiva do eleitorado e, por isso, tem sofrido com movimentos de distanciamento por parte de seus aliados.

No PiauĂ­, do senador e ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, o PP tenta se desvincular do presidente.

O diretĂ³rio estadual do partido ingressou na Justiça eleitoral pra atestar que era falsa uma imagem do ex-prefeito de Teresina Silvio Mendes e de outros aliados ao lado de Bolsonaro.

No vizinho CearĂ¡, o prĂ©-candidato do UniĂ£o Brasil ao governo, CapitĂ£o Wagner, deputado mais votado do estado em 2018 ao colar a imagem Ă  de Bolsonaro, disse que agora abrirĂ¡ espaço em seu palanque para outros presidenciĂ¡veis.

Em Sergipe, Valmir de Francisquinho, do PL, nĂ£o acompanhou o presidente na inauguraĂ§Ă£o da duplicaĂ§Ă£o de uma estrada em maio.

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Ele alegou temer problemas com a lei eleitoral. JĂ¡ em Pernambuco, o prĂ³prio Bolsonaro reclamou, em entrevista Ă  CBN na segunda-feira, que o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), ex-lĂ­der do governo, nĂ£o cita seu nome em eventos no estado.

O filho de Bezerra Ă© prĂ©-candidato ao governo pelo UniĂ£o Brasil. Em 14 dos estados onde o presidente jĂ¡ definiu o palanque o candidato serĂ¡ do PL.

Um dos principais articuladores das alianças Ă© o ex-deputado e presidente da sigla, Valdemar Costa Neto (PL-SP), que foi condenado no julgamento do mensalĂ£o durante o governo Lula.

Por incompatibilidade com Valdemar, a principal aposta de Bolsonaro para esta eleiĂ§Ă£o, o ex-ministro TarcĂ­sio Freitas, concorrerĂ¡ pelo Republicanos em SĂ£o Paulo.

MDB e PSDB buscam acerto

Tebet vive uma situaĂ§Ă£o parecida.

Ela busca encontrar palanques em 15 estados. Em 12, o cenĂ¡rio estĂ¡ definido. Mas hĂ¡ casos como o do senador Eduardo Braga, no Amazonas, que pode tambĂ©m abrir espaço para Lula.

Em Alagoas, o governador Paulo Dantas (MDB), aliado do senador Renan Calheiros, estarĂ¡ com o petista.

Por causa da aliança para apoiar Tebet, MDB e PSDB tentam se acertar também nas disputas estaduais.

O principal entrave ainda Ă© o Rio Grande do Sul, onde os emedebistas resistem a abrir mĂ£o da prĂ©-candidatura do deputado estadual Gabriel Souza — pela costura desejada pelos tucanos, ele seria vice de Eduardo Leite.

No estado de Tebet, o Mato Grosso do Sul, os emedebistas nĂ£o quiseram compor com o prĂ©-candidato do PSDB, Eduardo Riedel, e mantiveram o nome do ex-governador AndrĂ© Puccinelli.

Riedel jĂ¡ afirmou que apoia Bolsonaro.

Ele deve ter como candidata ao Senado a ex-ministra Tereza Cristina (UniĂ£o Brasil), caso ela nĂ£o seja escalada para vice de Bolsonaro.

O marido de Tebet, Eduardo Rocha (MDB), segue como secretĂ¡rio do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), padrinho de Riedel.

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