Torcedores do Garantido lotam bumbódromo para ver ensaio geral

Detalhes das apresentações de itens individuais e coreografias deram ideia do que será mostrado no festival

Ensaio Garantido

Arnoldo Santos

Publicado em: 23/06/2022 às 07:31 | Atualizado em: 23/06/2022 às 07:31

Torcedores de ‘alma vermelha’ lotaram o bumbódromo de Parintins para ver o ensaio técnico realizado na noite desta quarta-feira (22). O povo mostrou que estava com saudade e formou fila para ver todo o staff cênico do boi Garantido, com Batucada, itens individuais e grupos de dança no último grande ensaio antes do festival, que começa na sexta-feira (24),

“A gente se sente preparado para esse festival, tudo conspira a favor, a saudade que a gente estava do festival, aquilo que a ausência do festival nos tirou, emprego, renda. Perdemos muita gente e a gente está aqui para se reconstruir, para fazer um recomeço, para dizer que o festival voltou, a cultura do festival voltou”, disse Antônio Andrade, presidente do Garantido, junto da vice, Ida Silva.

Israel, Antônio Andrade e Ida Silva, Valentina Coimbra (sinhazinha) e o boi Garantido

Assim como o boi contrário, na noite anterior, todo o corpo cênico estava presente, com os grupos de coreografias e encenação. A Batucada completa, como dita a tradição, foi quem iniciou o espetáculo. Chamada pela galera que respondeu ao grito inicial da contagem, dado pelo apresentador Israel Paulain.

Uma cena inédita chamou atenção. A presença de quatro levantadores na arena. Sebastião Júnior, David Assayag, Edilson Santana e a diva Márcia Siqueira. Por sinal, a única mulher no grupo de levantadores, Márcia foi um show à parte quando cantou em saudação às mulheres indígenas do Brasil.

No corpo de bailarinos, uma das novidades também pode ser vista pela primeira vez atuando. O grupo de dança GandhiCats (foto abaixo), de Manaus, executou no meio da arena a toada “Pátria Indígena” que também uma inovação na parte musical, pela batida rápida. Desafio para o grupo que chega com a missão de vencer o contrário no item coreografia.

“Eu tive um longo período de pesquisa para exatamente fazer o que eu faço, que é danças urbanas e adaptar ao boi-bumbá e trazer pra arena”, disse o diretor e coreógrafo do grupo, Gandhi Tabosa.

Grupo GandhiCats atuando no centro da arena do bumbódromo

Resguardadas as surpresas obrigatórias das noites de festival, os itens individuais apresentaram suas coreografias aproveitando a oportunidade para ensaiar no espaço real onde vão concorrer nos seus respectivos papéis.

Sonho realizado

Mas além dos nomes consagrados, artistas anônimos curtiram pela primeira vez a emoção de estar na arena. A indígena Leonora Mundurucu veio de Juruti, no Pará, e vai representar a mulher indígena na arena.

“Eu sempre sonhei em participar do festival, torcendo pelo Garantido. Eu vim especialmente da minha casa para defender as “cacicas” do meu povo. Agora, falta só eu conhecer o carnaval do Rio de Janeiro”, disse com empolgação a brincante indígena do boi-bumbá.

Leonora (torcedora), jornalistas franceses, boi evoluindo no meio da Batucada e aparelhagem de som

A dois dias do festival, a movimentação na cidade já está bem maior do que o normal. A lotação dos dois lados de arquibancadas do bumbódromo no ensaio do Garantido é sinal disso. A presença de veículos de imprensa de outros estados e de outros países também já pode ser notada. E fora a passagem de som, que acontece sempre poucas horas antes de cada apresentação, o próximo encontro da galera com os seus respectivos bois bumbás acontece somente a partir da noite do dia 24, sexta-feira, quando começa o 55º Festival Folclórico de Parintins.

Fotos: Arnoldo Santos e Lucas Silva (Secom)