Desembargador do TRF-1 manda soltar ex-ministro do MEC e seus pastores
Ex-ministro de Bolsonaro foi preso junto a pastores suspeitos de lobby ilegal para a liberaรงรฃo de verbas em troca de propina

Mariane Veiga
Publicado em: 23/06/2022 ร s 12:44 | Atualizado em: 23/06/2022 ร s 13:22
O desembargador Ney Bello Filho, do Tribunal Regional Federal da 1ยช Regiรฃo (TRF-1), concedeu liberdade ao ex-ministro da Educaรงรฃo Milton Ribeiro nesta quinta-feira (23). O mรฉrito da decisรฃo deverรก ser julgado pela 3ยช Turma do TRF-1, em data ainda nรฃo definida.
Ribeiro foi alvo da operaรงรฃo Acesso Pago, da Polรญcia Federal, na quarta-feira (22), e รฉ investigado sob suspeita de participaรงรฃo em um esquema ilegal de liberaรงรฃo de verbas pรบblicas em troca de propina. Ribeiro ficou preso em Sรฃo Paulo.
O pedido de habeas corpus feito pela defesa do ex-ministro foi inicialmente negado na quinta-feira (23) pelo desembargador plantonista Morais da Rocha, mas porque faltavam documentos, como a prรณpria ordem de prisรฃo.
Apรณs a juntada da ordem que fundamentou a prisรฃo, a liberdade provisรณria foi concedida, mas por Ney Bello Filho. Ele concedeu a liberdade liminarmente.
De acordo com o Metrรณpoles, o desembargador tambรฉm mandou soltar os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, alรฉm de Helder Diego da Silva Bartolomeu, genro de Arilton, e Luciano de Freitas Musse, ex-gerente de projetos da Secretaria Executiva do Ministรฉrio da Educaรงรฃo. Todos alvos da operaรงรฃo.
Desse modo, a falta de acesso das defesas dos investigados aos fundamentos da prisรฃo preventiva foi usada pelo desembargador como argumento para conceder liberdade a Ribeiro.
โNum Estado Democrรกtico de Direito, ninguรฉm รฉ preso sem o devido acesso ร decisรฃo que lhe conduz ao cรกrcere, pelo motivo รณbvio de que รฉ impossรญvel se defender daquilo que nรฃo se sabe o que รฉโ, escreveu o magistrado.
Quando o pedido de prisรฃo foi concedido, o juiz federal Renato Borelli elencou ao menos quatro crimes que podem ter sido cometidos por Ribeiro. Sรฃo eles: corrupรงรฃo passiva, prevaricaรงรฃo, advocacia administrativa e trรกfico de influรชncia.
O ex-chefe do MEC passaria por audiรชncia virtual de custรณdia no inรญcio da tarde desta quinta-feira (23).
Em nota, a defesa de Ribeiro declarou que a decisรฃo โreconhece a ilegalidade da prisรฃoโ.
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Foto: EBC