A contragosto petista, Braga será o palanque de Lula no AM
Senador leva o partido e o nome do ex-presidente, mas não leva militância e dirigentes, que estão divididos no Amazonas

Neuton Corrêa, do BNC AMAZONAS
Publicado em: 03/07/2022 às 16:55 | Atualizado em: 03/07/2022 às 16:55
O senador Eduardo Braga (MDB), enfim, conseguiu a carta que esperava para tentar levar adiante sua pré-candidatura a governador.
Ele será o palanque de Lula no Amazonas nas eleições deste ano. O parlamentar, porém, entra no jogo como contrapeso.
É que, no Nordeste, Lula precisa do MDB, que em troca pediu apoio petista à campanha do parlamentar no Norte.
A informação foi dada na tarde deste domingo por fontes da direção regional do PT, após a publicação da redação final do encontro de tática eleitoral realizada ontem pela legenda em Manaus.
O documento não cita o nome de Braga, mas deixa indicações.
A primeira delas diz que o partido não terá candidato a governador. Depois, que o PT-AM terá que assegurar palanque a Lula. E, por fim, que indicará o vice.
Assim, fontes da direção do partido, insatisfeitas com o desfecho que ainda será anunciado, anteciparam: o palanque será Eduardo Braga.
Contudo, eles antecipam também. O senador pode ficar com o apoio oficial, mas não levará a militância e parte dos dirigentes.
Traição
No caso da militância, pesa contra Braga o fato de ter traído a ex-presidente Dilma, em 2016, durante o processo de impeachment da petista.
O senador foi líder e ministro da ex-presidenta, mas não a ajudou contra o golpe.
Dirigentes
Braga também não deverá contar, por exemplo, com o apoio do principal nome do partido no Estado. O presidente do PT-AM, Sinésio Campos, atuou para deixar o PT sem candidato a governador. Sua ideia era ajudar o atual governador Wilson Lima (União Brasil).
Nicolau
Outro importante nome do PT que trabalhava contra Eduardo Braga era o sindicalista Valdemir Santana.
Valdemir já vinha defendendo publicamente o apoio do PT à campanha do deputado estadual Ricardo Nicolau.
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Recorrente
Não é a primeira vez que a cúpula nacional petista impõe candidatos ao PT-AM. O último atropelado, em 2018, foi o ex-deputado federal Francisco Praciano.
Ele queria ser candidato a senador, mas o partido decidiu por marchar com Vanessa Grazziotin (PCdoB).
Foto: Pedro França/Agência Senado