Bolsonaro usa reunião com embaixadores para atacar o TSE e as urnas

Em seu discurso, o presidente voltou a fazer acusações infundadas sobre a segurança e a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro

Ferreira Gabriel

Publicado em: 18/07/2022 às 16:44 | Atualizado em: 18/07/2022 às 16:44

O presidente Jair Bolsonaro usou a reunião com embaixadores na tarde desta segunda-feira para, sem provas, fazer ataques às urnas eletrônicas e colocar em dúvida o processo eleitoral brasileiro para representantes diplomáticos.

Em seu discurso, Bolsonaro voltou a fazer acusações infundadas sobre a segurança e a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro. O presidente também criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Quando se fala em eleições, vem à nossa cabeça transparência. E o senhor Barroso (Luís Roberto Barroso, ex-presidente do TSE) , também como senhor Edson Fachin (presidente do TSE), começaram a andar pelo mundo me criticando, como se eu estivesse preparando um golpe. É exatamente o contrário o que está acontecendo”, afirmou Bolsonaro.

“Não é o TSE que conta os votos, é uma empresa terceirizada. Acho que nem precisava continuar essa explanação aqui. Nós queremos obviamente, estamos lutando para apresentar uma saída para isso tudo. Nós queremos confiança e transparência no sistema eleitoral brasileiro”, disse o presidente.

Bolsonaro decidiu marcar o encontro após o presidente do TSE, Edson Fachin, ter uma reunião com embaixadores e ter alertado sobre os riscos de ataque ao sistema eleitoral.

Fachin foi convidado pela Presidência para a reunião desta segunda, mas recusou, alegando que, como presidente da Corte que julga a legalidade das ações de pré-candidatos e candidatos, “o dever de imparcialidade impede de comparecer a eventos por eles organizados”.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, também convidado, não compareceu.

Bolsonaro começou sua fala, que durou cerca de 50 minutos, pouco depois das 16h. Ele relatou sua trajetória até o Planalto e citou a facada que sofreu de Adélio Bispo durante a campanha de 2018.

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