Delegado bolsonarista armado e agressivo pode acabar na cadeia

Paulo Bilynskyj prometeu, de arma na mĂ£o, 'lutar contra esquerda'

Publicado em: 27/07/2022 Ă s 16:53 | Atualizado em: 27/07/2022 Ă s 17:08

Uma determinaĂ§Ă£o da PolĂ­cia Civil de SĂ£o Paulo Ă  corregedoria vai investigar publicações feitas pelo delegado bolsonarista Paulo Bilynskyj no Instagram. Ele tem 697 mil seguidores.

O policial concentra as manifestações mais polĂªmicas em seus stories. Anteontem, ele publicou: “Quais os planos caso dĂª merda nas eleições?” E respondeu: “O plano Ă© lutar com toda força para que nĂ£o dĂª merda”.

As frases estĂ£o sobre uma foto do delegado, que empunha um fuzil e se cobre com uma bandeira do Brasil em cima de uma roupa camuflada.

Bilynskyj publicou dois stories semelhantes nesta terça, 26. No primeiro, o policial postou uma foto com dezenas de atiradores em uma estande de tiro, no qual o delegado faz uma pergunta: “VocĂª respeitaria a decisĂ£o da maioria caso o Lula vença?”. E ele mesmo diz: “Responde: “Claro que sim e Ă© por saber que isso vai destruir o Brasil que tenho trabalhado tanto. NĂ£o podemos deixar a esquerda voltar”.

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Em outra publicaĂ§Ă£o, o delegado empunha um fuzil e diz: “Faça um pedido: que a nossa bandeira nunca seja vermelha”.

O bolsonarista faz publicações em que critica diretamente o prĂ©-candidato do PT Ă¡ PresidĂªncia, Lula da Silva, e elogia o presidente da repĂºblica e candidato Ă  reeleiĂ§Ă£o Jair Bolsonaro (PL).

A Lei OrgĂ¢nica da PolĂ­cia Civil paulista veda aos policiais o exercĂ­cio de “atividade polĂ­tico-partidĂ¡ria, salvo exceções previstas na lei.

O delegado Bilynskyj ficou conhecido em maio de 2020 quando sua namorada, a modelo Priscila Barrios, de 27 anos, acertou seis tiros no policial e depois, segundo a conclusĂ£o das investigações, se matou com um tiro no peito. O caso aconteceu apĂ³s uma discussĂ£o do policial com a companheira, na casa do delegado, em SĂ£o Bernardo do Campo (SP).

O inquĂ©rito do caso foi arquivado pelo Tribunal de Justiça de SĂ£o Paulo em 2022. Bilynskyj afirmava que Priscila, na noite anterior aos tiros, teria se irritado apĂ³s ver as mensagens para o delegado enviadas por uma mulher que se dizia admiradora de seu trabalho.

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Foto: ReproduĂ§Ă£o/Instagram