Greenpeace divulga imagens de queimadas no Amazonas e Rondônia
Os flagrantes de focos de incêndio comprovam crimes ambientais na região
Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 02/08/2022 às 18:04 | Atualizado em: 02/08/2022 às 20:08
Uma equipe do Greenpeace sobrevoou, entre os dias 27 e 29 de julho, o sul do Amazonas e norte de Rondônia quando registrou diversos flagrantes de queimadas que comprovam crimes ambientais na região.
As fotos e vídeos foram feitos com base em dados do Programa de Queimadas de Alerta de Desmatamento (Prodes) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Em julho, os dados revelaram 5.373 focos de calor no bioma Amazônia, 7,9% maior que o mesmo período no ano passado.
“Sua grande maioria, senão todos, são ilegais, visto que o Decreto nº 11.100/22 proibiu o uso do fogo no Brasil, em especial na Amazônia e Pantanal, desde 23 de junho de 2022”, lembrou a entidade.
Os focos de calor em julho se concentraram nos estados do Pará (31,3%), Amazonas (26,6%) e Mato Grosso (22,3%).
“Este é só início do verão amazônico, estação com menos chuvas e umidade, onde infelizmente a prática de queimadas e incêndios florestais criminosos explodem”, explicou Rômulo Batista, porta-voz da Amazônia do Greenpeace Brasil.
A queima é feita nas áreas que foram derrubadas recentemente e deixadas para secar ou mesmo queimando áreas de florestas que já foram degradadas pela extração ilegal de madeira.
“Infelizmente, é muito difícil ser otimista para os próximos meses na Amazônia, sendo um ano eleitoral no qual, historicamente, a destruição aumenta muito, mas também são meses decisivos para refletir sobre a Amazônia”, disse o porta-voz.
Ele diz que é preciso escolher representantes que irão proteger a floresta amazônica, “o maior patrimônio de toda a população brasileira, com a sua rica biodiversidade e os povos que nela habitam”.
Veja vídeo:
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Amazonas
No Amazonas, o Greenpeace divulgou fotos de Novo Aripuanã e Apuí. Na região sul do Estado, o desmatamento cresceu 50% em 2021, na comparação com 2020, quando foram registrados a derrubada de 129.537 hectares.
O aumento se deu principalmente pelo avanço do desmatamento em Humaitá, que teve alta de 95,8%, Lábrea (37,4%) e Apuí (61%).
Os três municípios amazonenses estão entre os top 10, ou seja, na lista dos dez municípios com as maiores taxas de desmatamento do Brasil.
Foto: Christian Braga/Greenpeace/divulgação