Amazonino reĂºne menor base na ALE-AM dos Ăºltimos 30 anos

Publicado em: 06/10/2017 Ă s 06:32 | Atualizado em: 06/10/2017 Ă s 08:22

Por Rosiene Carvalho, da RedaĂ§Ă£o

 

A base aliada que o governador Amazonino Mendes (PEN)  tem neste inĂ­cio de governo na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM) Ă© a menor da histĂ³ria desde que os chefes do executivos chegaram ao poder pelo voto, em 1983.

Nesta quinta-feira, dia 5, pelo líder do seu governo na ALE-AM, o deputado estadual Dermilson Chagas (PEN) informou que a base do governador recém-empossado é de 13 deputados de um total de 24 parlamentares.

A expectativa Ă© que o nĂºmero aumente. Afinal, nĂ£o se pode ignorar a capacidade da ALE-AM em ser governista, mas o nĂºmero chama a atenĂ§Ă£o.

Nenhum dos Ăºltimos governadores começou a gestĂ£o sem ter, pelo menos, 20 parlamentares certos na defesa do Governo, alĂ©m do alinhamento com o presidente da Casa.

Dos governos anteriores de Amazonino aos de Eduardo Braga (PMDB), a Ăºnica oposiĂ§Ă£o foi Eron Bezerra (PCdoB) com algumas participações especiais. Depois que Eron virou governo, restou Liberman Moreno na oposiĂ§Ă£o a Braga.

No Governo Omar Aziz (PSD), o prĂ³prio governador, em uma das primeiras entrevistas apĂ³s tomar posse do cargo, analisou com tranquilidade a relaĂ§Ă£o que teria com o Legislativo.

Eram apenas trĂªs deputados na oposiĂ§Ă£o a Omar: Marcelo Ramos (PR), JosĂ© Ricardo (PT) e Luiz Castro (Rede). E nĂ£o havia exatamente um radicalismo homogĂªneo na oposiĂ§Ă£o.

Como resultado de reunir a maioria esmagadora, os governos anteriores conseguiram abafar qualquer critica da oposiĂ§Ă£o, tentativas de CPIs, obstĂ¡culos a votações importantes ou mesmo debates mais profundos sobre projetos de lei propostos pelo Executivo.

Para se ter ideia das dores de cabeça que contar com metade da ALE-AM na base pode causar, o governador cassado JosĂ© Melo (PrĂ³s), que fez um governo fraco e mal avaliado, com uma base maior sofreu enxaquecas na relaĂ§Ă£o com a Casa.

A cada votaĂ§Ă£o polĂªmica, havia muita negociaĂ§Ă£o e crĂ­ticas de deputados da base em pĂºblico. Melo, em vĂ¡rios momentos, teve que ceder e engolir exigĂªncias dos deputados quando precisou aprovar matĂ©rias de interesse do governo.

Foi num desses momentos que JosĂ© Melo teve que engolir o orçamento impositivo e na sequĂªncia aceitar o aumento do valor dessa verba, em meio a planejamento de corte de custos. Portanto, 13 Ă© pouco.

Emendas Ă  ConstituiĂ§Ă£o, por exemplo, precisam de trĂªs quintos dos deputados. Ou seja, 14 votos. Mais que isso. Ter uma base reduzida leva a uma gangorra de riscos ao Governo a cada votaĂ§Ă£o. Situações raras no legislativo estadual.

O governador Amazonino enfrentou, para tomar posse do governo, uma guerra com parte dos deputados, que resistiram atĂ© onde puderam para adiar a data, e o posicionamento indiferente Ă  situaĂ§Ă£o de outra parte deles.

O  atual governador nĂ£o fez questĂ£o de abrir diĂ¡logo quando pode, preferindo o caminho jurĂ­dico. Um governo que tem como lema “arrumar a casa em 12 meses” terĂ¡ que arrumar, primeiro, outras estratĂ©gias para aprovar medidas necessĂ¡rias na ALE-AM, sobretudo quando se considera que o ano de 2018 Ă© eleitoral.

 

Foto: DivulgaĂ§Ă£o ALE-AM