Desmatamento recorde na Amazônia, mas Ibama bate metas

Pelos cálculos do ministério, o órgão atingiu 100% da meta no quesito combate ao desflorestamento na Amazônia Legal, que não condiz com a realidade

Ferreira Gabriel

Publicado em: 08/08/2022 às 15:31 | Atualizado em: 08/08/2022 às 15:31

O Ibama atingiu 100% das metas institucionais globais entre 1º de junho de 2021 e 31 de maio de 2022, conforme o o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Alvaro Pereira Leite.

Ele divulgou uma tabela nesta segunda-feira (8), mas que parece ser somente com o pretexto do pagamento da Gratificação de Desempenho de Atividade de Especialista Ambiental.

Entre os servidores beneficiados com essas gratificações, estão os que atuam na assistência direta e imediata ao próprio ministro, como o pessoal de seu gabinete e da secretaria-executiva. Também estão contemplados profissionais do Serviço Florestal Brasileiro.

Pelos cálculos do ministério, o Ibama atingiu 100% da meta no quesito combate ao desflorestamento na Amazônia Legal.

A meta também foi plenamente atingida em itens como “redução de prescrição de autos de infração” e “regeneração, recuperação e reposição ambiental”.

Apesar dos números apresentados por Leite, dados recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, no primeiro semestre de 2022, a Amazônia sofreu um desmatamento recorde, de 3.988 quilômetros quadrados.

A área acumulada de derrubadas no período foi a maior já registrada desde o início da série histórica, em 2016.

Já sobre prescrições de multas ambientais, o Ibama deixou vencer mais de R$ 355 milhões de autos de infração no governo Bolsonaro, incluindo multa de R$ 42 milhões de um empresário assumidamente bolsonarista.

Leia mais no Metropoles

Leia mais

Amazônia queima 8% a mais em julho em comparação ao de 2021

Foto: Victor Moriyama/Amazônia em Chamas/Divulgação Greenpeace