TSE determina retirada de fake news contra Lula das redes bolsonaristas

Publicações associavam Lula a Adélio Bispo e também diziam que, se eleito, Lula iria proibir o trabalho de motoboys e motoristas de aplicativos, como iFood e Uber

Publicado em: 29/08/2022 Ă s 11:36 | Atualizado em: 29/08/2022 Ă s 11:36

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) determinou a exclusĂ£o de notĂ­cias falsas sobre o ex-presidente Luiz InĂ¡cio Lula da Silva (PT) de redes sociais de bolsonaristas, incluindo postagens no Twitter feitas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (PL).

As publicações associavam Lula Ă  famĂ­lia de AdĂ©lio Bispo, que esfaqueou o atual mandatĂ¡rio na campanha de 2018, e tambĂ©m diziam que, se eleito, Lula iria proibir o trabalho de motoboys e motoristas de aplicativos, como iFood e Uber.

No caso envolvendo Eduardo Bolsonaro, a ministra Maria Claudia Bucchianeri entendeu que uma declaraĂ§Ă£o do ex-presidente Lula foi distorcida. Em 16 de maio, o deputado compartilhou uma notĂ­cia da Revista Oeste, no Twitter, dizendo que Lula iria “acabar com os empregos de motoboys no Uber, iFood e apps similares”.

Eduardo se referia a uma declaraĂ§Ă£o de Lula Ă  RĂ¡dio Passos FM em fevereiro deste ano. Na entrevista, o petista criticou os aplicativos pela ausĂªncia de direitos trabalhistas, mas nĂ£o disse que iria acabar com esses serviços. Na aĂ§Ă£o, a defesa de Lula acusou Eduardo Bolsonaro de “prĂ¡tica de propaganda eleitoral mediante desinformaĂ§Ă£o”.

A ministra tambĂ©m cita o blog de JosĂ© Fernandes Linhares JĂºnior, que escreveu que Lula “tentou demonizar aplicativos que geram empregos e respondem pelo sustento de milhões de famĂ­lias”. Ele tambĂ©m compartilhou a fake news de que Lula acabaria com os “empregos de aplicativos” caso fosse eleito.

Para a ministra Maria Claudia Bucchianeri, houve uma grave descontextualizaĂ§Ă£o da fala do ex-presidente Lula: “Jamais houve qualquer afirmaĂ§Ă£o no sentido de ‘encerramento’ dessas funções ou de proibiĂ§Ă£o do trabalho por aplicativo, mas, apenas, a intenĂ§Ă£o de revestir tais postos de trabalho de mais direitos e garantias.”

Foi determinada a remoĂ§Ă£o imediata das publicações citadas.

A ministra tambĂ©m determinou que as redes sociais Twitter, Facebook, Gettr e Kwai apaguem publicações falsas que afirmam que o ex-presidente Lula tem uma foto ao lado do irmĂ£o de AdĂ©lio Bispo. O conteĂºdo foi compartilhado em perfis bolsonaristas.

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A foto, na verdade, mostra Lula e o mĂ©dico Marcos Heridijanio Moura Bezerra, que foi candidato ao cargo de deputado federal pelo PT no pleito de 2018. Na aĂ§Ă£o, a defesa de Lula diz que a “disseminaĂ§Ă£o de desinformaĂ§Ă£o visa violar a lisura do processo eleitoral e distorcer a percepĂ§Ă£o e a opiniĂ£o do eleitor quanto ao candidato Lula”.

A coligaĂ§Ă£o de Lula acrescenta que “trata-se de uma aĂ§Ă£o coordenada, uma vez que as postagens contĂªm os mesmos comandos e voltaram a ser republicadas dentro do mesmo interstĂ­cio de tempo (14, 15, 16 e 17 de agosto), tendo como objetivo uma criminosa interferĂªncia no processo eleitoral”.

Em sua decisĂ£o, a ministra diz que Ă© “clarĂ­ssima a divulgaĂ§Ă£o de fato manifestamente inverĂ­dico, com o deliberado propĂ³sito de induzir o eleitor a erro e de desconstruir a imagem de determinada candidatura”.

AlĂ©m da exclusĂ£o dos posts, ela pediu que as redes sociais forneçam dados de acesso e registro, bem como endereço de IP dos usuĂ¡rios, para identificaĂ§Ă£o dos responsĂ¡veis pelas pĂ¡ginas.

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Foto: Alan Santos/PresidĂªncia da RepĂºblica