Indígenas dizem na ONU que ‘chega de mentiras’ de Bolsonaro
"O que vivemos é grave. O Brasil é terra indígena", disse representante dos indígenas.

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 30/08/2022 às 15:34 | Atualizado em: 30/08/2022 às 15:36
A indígena brasileira Erileide Domingues, representante da Grande Assembleia Guarani Kaiowá, disse na ONU que “chega de mentiras” de Bolsonaro.
Ela participou de um encontro com o objetivo de examinar a situação de direitos humanos no país.
Ao mesmo tempo, de preparar a Revisão Periódica Universal, mecanismo criado para avaliar a situação de países. As informações são de Jamil Chade, do Uol.
Contudo, o encontro se transformou em um espelho de uma crise profunda em diversos setores, que denunciaram violações feitas pelo governo de Jair Bolsonaro.
Dessa forma, o momento de maior impacto no encontro ocorreu quando Erileide Domingues tomou a palavra.
“Os povos indígenas estão sofrendo há décadas, sendo massacrados e alvo de muita violência por falta de território”, disse.
“Disputamos o que é nosso com agronegócio. Colocamos nossas vidas em risco”, afirmou.
Conforme ela, porém, a situação ganhou uma nova dimensão sob o governo de Jair Bolsonaro. “A crise piorou e se naturalizou. Já chega de mentira”, atacou.
“Nós existimos. Nós somos a realidade. O estado é cego, surdo e mudo para os povos indígenas”, acusou. “O que existe é um derramamento de sangue”, afirmou.
Desse modo ela insistiu: “Estão pulverizando o ódio”.
Além disso, ao falar aos governos estrangeiros, ela pediu que as autoridades de fora do Brasil façam recomendações ao país.
“O que vivemos é grave. O Brasil é terra indígena”, disse.
Leia mais
Indígenas pressionam na ONU o governo Bolsonaro
Embaixador brasileiro
Por isso, ela dirigiu-se diretamente ao embaixador do Brasil na ONU, Tovar Nunes, ela insistiu em pedir que se retome a demarcação. “Isso é que vai trazer a paz”, explicou.
Todavia, o embaixador do Brasil na ONU, Tovar Nunes, não falou sobre as violações de direitos humanos no país.
Assim, ele optou apenas por informar que um documento com todos os programas do governo foi submetido às Nações Unidas.
Segundo ele, portanto, o exame do país ocorre em novembro e o informe foi preparado a partir de consultas amplas.
Leia mais no Uol.
Foto: Reprodução/Redes Sociais