O candidato a presidente Lula da Silva (PT) estará em campanha nesta quarta-feira (31) pelo Amazonas. No estado, institutos de pesquisas o colocam na dianteira contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) na corrida presidencial.
De acordo com o Ipec, antigo Ibope, o petista lidera no Amazonas com 48% a 35% de Bolsonaro.
Em entrevista nesta terça-feira (30) à rádio Mais Brasil, o candidato disse que Bolsonaro vive ameaçando tirar os benefícios da Zona Franca de Manaus (ZFM) quando deveria entender a importância do modelo econômico para o estado.
Em Manaus, Lula participará do ato “Todos juntos pelo Brasil e pelo Amazonas” que será realizado às 18h, no Espaço Via Torres.
Na capital, ele ainda visitará a fábrica da Moto Honda e o Museu da Amazônia, onde se reunirá com 35 entidades e movimentos sociais para falar de desenvolvimento sustentável na região.
“O que nós precisamos são novas empresas, sobretudo empresas limpas e não poluentes para que a gente pudesse fortalecer a Zona Franca de Manaus gerando mais oportunidade de emprego, mais arrecadação e benefício. Lamentavelmente, você tem um presidente que vive a ameaçar a zona franca e tirar benefícios”.
O petista lembrou que quando foi presidente prorrogou os incentivos fiscais da ZFM por mais dez anos e, no governo de Dilma Rousseff, os mesmos benefícios foram estendidos por mais 50 anos.
“Quando fui presidente não apenas prorroguei por mais dez anos, mas foi o melhor momento de geração de empregos na Zona Franca de Manaus”, afirmou.
Lula também recordou que no seu governo houve um acúmulo de experiência em relação as políticas para o Amazonas.
“Nós dedicamos uma boa parte do nosso esforço para a gente fazer com que as coisas acontecessem nas cidades do interior e em Manaus”.
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BR-319
O candidato também defendeu a recuperação da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho (RO), e o Amazonas ao restante do país por via terrestre.
De acordo com ele, é “plenamente possível” fazer essa obra garantindo a preservação ambiental.
Lula lembrou que o debate sobre a BR-319 já dura mais de dez anos. Sem ter conhecimento das atuais exigências ambientais, ele acredita ser possível recuperar a estrada.
“Moram milhões de pessoas no estado do Amazonas e nós vamos dar a essa gente o direito de civilidade, o direito de viver bem, de ir e vir”, afirmou.
“É plenamente possível você trabalhar corretamente a questão climática e ambiental e dar a segurança necessária para fazer uma ou duas estradas que possam interligar o estado do Amazonas com o resto do país”.
Amazônia
Ao ser questionado sobre sua proposta para a Amazônia, o ex-presidente repetiu que não quer transformar a região em um santuário ecológico.
“Esse é o grande desafio que está colocado para o Brasil, mas também a grande oportunidade: eu disse ontem, em um encontro com parlamentares europeus, que a gente não quer transformar a Amazônia em um santuário da humanidade; existem pessoas que moram na área das florestas, essas pessoas precisam viver dignamente, tem que morar, [tem que ter] água para beber, um tratamento civilizado e digno, essas pessoas precisam ser tratadas com respeito”.
Disse que é plenamente possível não fazer mais desmatamento e queimada, explorar a riqueza da biodiversidade existente para gerar riqueza.
Para isso, defendeu o fortalecimento de indústria na área de fármaco, cosméticos, “para que se possa garantir não apenas proteção planetária para o clima, mas extrair dela a riqueza necessária”.
“Eu pretendo discutir como é que o povo ribeirinho vive, como é que os nossos pescadores veem…Muita gente depende da natureza para sobreviver financeiramente”, afirmou.
Foto: reprodução/YouTube