O crime organizado passou a fabricar submetralhadoras com alto poder de fogo no Brasil, similares ao modelo MAC-10 (Military Armament Corporation), criado pelo norte-americano Gordon Bailey Ingram, em 1964, e produzido nos Estados Unidos entre 1970 e 1973.
O alerta foi feito pela Polícia Civil de São Paulo após a apreensão, no dia 1º deste mês, de uma submetralhadora com a inscrição “matraka” em uma operação realizada no Jardim Edna, no Guarujá, Baixada Santista. Um homem acusado de portar o armamento foi preso.
Um fato chamou a atenção dos policiais civis: a submetralhadora é idêntica a outra apreendida em fevereiro deste ano por PMs em Toledo, região oeste do Paraná, a 1.051 km de distância do Guarujá. A arma é artesanal e tem a mesma inscrição: “matraka”.
A preocupação das forças policiais é a de que o crime organizado esteja produzindo submetralhadoras compactas, com alto poder de fogo, em escala industrial. Peritos apuraram que a inscrição nas duas armas foi feita a laser. “Matraka”, na gíria dos criminosos, significa metralhadora.
Investigadores disseram à coluna que essas armas artesanais são tão potentes quanto as do modelo norte-americano M-10 e geralmente são produzidas por torneiros mecânicos, ferreiros ou armeiros. Os agentes acrescentaram que muitos desses profissionais são cooptados pelo crime organizado.
Em relação à apreensão realizada no Guarujá, a Polícia Civil diz que foi checar uma denúncia sobre tráfico de drogas e encontrou no local um depósito onde havia 117 kg de maconha, 53,9 kg de cocaína, 42 cartelas de LSD, 61 mil comprimidos de ecstasy, 300 g de crack e 201 lança-perfumes.
No mesmo depósito, os policiais civis afirmaram ter encontrado a submetralhadora artesanal, um fuzil e munição. Um homem de 44 anos, acusado de ser o vigia do depósito foi preso em flagrante e depois teve a prisão convertida em preventiva pela Justiça.
O suspeito tem duas condenações por tráfico de drogas e cumpria pena em regime aberto desde 26 de junho deste ano. Ao ser ouvido em inquérito na Polícia Civil, ele alegou não ter envolvimento com as drogas e armas apreendidas. Na audiência de custódia disse que foi agredido pelos policiais.
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Foto: Divulgação/Polícia Civil-SP