TSE manda rede social apagar vídeos de Bolsonaro sobre ‘kit gay’
Por quatro votos a três, os ministros entenderam que ocorreu difusão de notícia fraudulenta e de teor preconceituoso

Publicado em: 22/09/2022 às 12:57 | Atualizado em: 22/09/2022 às 12:57
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu hoje (22), por maioria, mandar o TikTok excluir um vídeo com trecho de entrevista do presidente Jair Bolsonaro (PL) na qual fala sobre “kit gay”. Essa fake news de 2018 foi usada por bolsonaristas para atacar a gestão petista.
Por quatro votos a três, os ministros entenderam que ocorreu difusão de notícia fraudulenta e de teor preconceituoso. Com isso, o plenário deixou de referendar uma decisão do ministro Raul Araújo que, em agosto, manteve no ar o trecho da entrevista de Bolsonaro no TikTok.
Na ocasião, Raul Araújo afirmou que a fala de Bolsonaro se tratava de “opinião crítica” aos materiais que denominou “kit gay”.
“A reprodução de trecho de entrevista anteriormente divulgada em programa de televisão encontra amparo na liberdade de expressão, de informação e de imprensa. Nesse sentido, em exame perfunctório, observa-se que o vídeo publicado não apresenta fato evidentemente falso ou gravemente descontextualizado, nem ofensivo à honra de candidato ou à higidez do processo eleitoral, a caracterizar conteúdo desinformativo que autorize a interferência desta Justiça Especializada”, disse Araújo.
Uma das publicações havia sido feita pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no Instagram, mas neste caso a publicação já teria sido retirada do ar pela própria plataforma, segundo Araújo.
O ministro Paulo de Tarso Sanseverino, que assumiu a relatoria do processo após a posse de Araújo como ministro titular, acompanhou seu antecessor. Ele foi seguido por Carlos Horbach e Sérgio Banhos.
Para Horbach, “é evidente” que a expressão “kit gay” teria caráter discriminatório, mas que caberia ao eleitor ver essa postura homofóbica do candidato para fazer sua avaliação.
A divergência foi aberta por Alexandre de Moraes, que relembrou que em 2018 o TSE já considerou que o “kit gay” era uma tentativa de difusão de fatos inverídicos e que tem dupla finalidade: não apenas difundir desinformação como incentivar uma afirmação preconceituosa.
Leia mais na reportagem de Paulo Roberto Neto no UOL
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Foto: Divulgação