O que está por trás das mensagens ‘vamos invadir Congresso e STF’
O SMS pró-Bolsonaro havia sido enviado do número 28523

Publicado em: 27/09/2022 às 17:28 | Atualizado em: 27/09/2022 às 21:30
Um disparo de mensagens estranhas a favor do presidente Jair Bolsonaro (PL) chamou atenção de moradores do estado do Paraná.
“Vai dar Bolsonaro no primeiro turno! Senao, vamos a rua para protestar! Vamos invadir o congresso e o STF! Presidente Bolsonaro conta com todos nos!!”, dizia o SMS (reproduzido aqui com a mesma grafia) enviado do número 28523.
Bruno recebeu a mensagem de texto esquisita enquanto comemorava o aniversário de 30 anos em um bar com amigos na noite de sexta-feira (23).
Vinha do mesmo número que dias antes havia confirmado uma consulta médica no hospital da região, em Pontal do Paraná, 100 km de Curitiba.
“É um número de que estou acostumado a receber mensagens porque estou fazendo algumas consultas médicas”, diz Gurgatz.
Quando recebeu a mensagem incitando a invasão ao Congresso e ao Supremo caso Jair Bolsonaro (PL) não vença as eleições presidenciais no primeiro turno, ele ficou surpreso.
“Mostrei para todos meus amigos para ver se eu não estava entendendo errado.”
Não estava: um grande número de pessoas recebeu a mesma mensagem na noite de sexta para sábado. A reportagem encontrou pessoas no Paraná, em São Paulo e no Rio Grande do Norte que receberam o texto.
Partiu da Algar Telecom, uma empresa de telecomunicações fundada em Uberlândia (MG). A empresa confirmou “a ocorrência de um acesso indevido à parte da sua base de dados, que ocasionou um disparo em massa de mensagens via SMS não autorizado pela empresa” e disse ter começado uma investigação interna para identificar causas e tomar providências técnicas e legais.
Em resposta a um processo no Tribunal Superior Eleitoral aberto pela coligação da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra os disparos em massa, no entanto, a empresa foi mais específica: os disparos foram feitos pelo usuário de um funcionário.
Leia mais na reportagem de Juliana Gragnani da BBC News no UOL
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Foto: Reprodução