TSE pede explicação de gasto do PL para relatório contra urnas
PL pagou ao menos R$ 225 mil a instituto, responsável pela produção do relatório, conforme a Folha de S. Paulo

Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 29/09/2022 às 18:23 | Atualizado em: 29/09/2022 às 18:24
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) quer saber quem pagou o relatório feito pelo Partido Liberal (PL) que questiona a segurança das urnas eletrônicas. A investigação será feita pelo corregedor-geral eleitoral, ministro Benedito Gonçalves (foto).
O ministro enviou ofício ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto, conforme publicação do UOL, cobrando informações sobre o uso de verbas públicas para bancar o relatório.
O PL é o partido a que está filiado o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição.
O ofício foi enviado horas depois de o tribunal abrir uma apuração contra o documento, cujas conclusões foram classificadas pela corte como “falsas e mentirosas”.
“Requisito a Vossa Senhoria informações sobre o uso de recursos públicos oriundos do Fundo Partidário na contratação de serviços que resultaram no documento ‘Resultados da auditoria de conformidade do PL no TSE'”, cobrou Gonçalves.
O ministro deu prazo de 24 horas para receber as informações.
Manipulação de resultado
No relatório intitulado “Resultados da Auditoria de Conformidade do PL no TSE”, o partido acusa o tribunal de “atraso” no processo de apuração eleitoral e descreve, sem apontar como, a possibilidade de manipulação do resultado da eleição.
O relatório tem 130 páginas e conta com o resumo executivo de duas páginas.
Leia mais
Reportagem da Folha de S. Paulo de hoje (29) mostra que o PL pagou ao menos R$ 225 mil ao IVL (Instituto Voto Legal), responsável pela produção do relatório que questiona as urnas eletrônicas.
O documento foi divulgado a quatro dias das eleições e no mesmo dia em que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse durante visita ao TSE que não há “sala secreta” de apuração de votos, contradizendo declarações infundadas de Bolsonaro.
Leia mais na reportagem de Paulo Roberto Netto, do UOL
Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE