TSE cobra PF sobre ação em Alagoas no primeiro turno

Ministro também abriu prazo de 48 horas para que o Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL) preste as informações sobre o caso que achar necessárias

Governo Bolsonaro se irrita com Moraes e PF por causa de empresários

Diamantino Junior

Publicado em: 11/10/2022 às 19:34 | Atualizado em: 11/10/2022 às 19:34

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), cobrou informações da Superintendência da Polícia Federal em Alagoas sobre a abordagem feita ao presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, Marcelo Victor (MDB), no último dia 1º, véspera do primeiro turno.

O parlamentar foi alvo de uma averiguação da PF no Hotel Ritz Lagoa da Anta, ocasião em que agentes apreenderam uma mala com R$ 145 mil e material de campanha. Investigadores suspeitam que o dinheiro seria usado para suposta compra de votos.

Victor era candidato à reeleição e um dos apoiadores do governador Paulo Dantas, afastado nesta terça-feira (11), por decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) em investigação sobre desvio de recursos públicos. Ele também é aliado do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que levou o caso ao TSE.

Moraes também abriu prazo de 48 horas para que o Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL) preste as informações sobre o caso que achar necessárias.

O ministro afirmou que compete ao presidente do TSE adotar as providências necessárias “em assuntos relacionados às relações interinstitucionais com outros poderes da República”.

A decisão de Moraes foi assinada na segunda-feira (10) em uma petição enviada ao TSE pelo senador Renan Calheiros (MDB) e pelo Diretório Estadual do MDB em Alagoas.

Eles alegam que a atuação da PF foi “premeditada” e que teria ocorrido “interferência política” do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na superintendência da corporação. Lira e Calheiros são adversários políticos na região.

“Há suspeita de que ‘tenha ocorrido interferência política do Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, junto à Superintendência da Polícia Federal, para que fosse realizada a operação, a fim de causar prejuízos eleitorais ao referido candidato’, alegou Renan Calheiros ao TSE.

Procurado pelo UOL, o advogado Fábio Gomes, que representa Lira, afirmou que o requerimento de Renan “Calheiros é manifestamente temerário, de irremediável má-fé, desacompanhado do mínimo fundamento legal e de caráter unicamente politiqueiro”.

Leia mais

Ex-coordenador da Lava Jato é condenado a indenizar Renan Calheiros

“A ação da PF em questão, tratou-se de flagrante realizado por agentes da PF no seu livre exercício funcional e no combate a corrupção eleitoral, inclusive, com a apreensão de 145.000,00 em espécie na posse de parlamentar filiado ao MDB”, disse.

Leia mais na matéria de Carla Araújo, Paulo Roberto Netto e Eduardo Militão no portal UOL

Foto: Agência Brasil